‘IPCC da Amazônia’ vai mapear riscos da floresta

Lideranças na Europa relacionam as queimadas na região amazônica ao governo Bolsonaro e vetam acordo de livre comércio com o Mercosul - Daniel Beltrá/Greenpeace
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Nova York – A crise ambiental da Amazônia, que ganhou o foco das atenções mundiais nas últimas semanas pela alta no desmatamento e das queimadas, mobilizou um grupo de cientistas que atuam na região a unir esforços para mapear os riscos de sua destruição e identificar meios para salvá-la.
Eles lançaram neste sábado, 21, na sede da Organização das Nações Unidas, em Nova York, um painel científico sobre a Amazônia, mais ou menos nos moldes do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, o IPCC. Com a diferença de que, neste caso, não estarão presentes os governos, somente a academia. Serão reunidos pesquisadores de todos os nove países da Amazônia, predominantemente, mas também de outros locais que pesquisam a região.
A ideia é encabeçada por um dos principais climatologistas do Brasil, o cientista Carlos Nobre, hoje ligado ao Instituto de Estudos Avançados da USP, com o apoio do economista americano Jeffrey Sachs, da Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável da ONU (SDSN).
“Hoje se fala de modo muito vago que o caminho para a Amazônia é o desenvolvimento sustentável, mas só com isso ela não vai ser. É preciso ter um mandato claro para isso: o que não fazer, por qual caminho não ir, o que é bom fazer. Precisamos de diretrizes baseadas na ciência e na ética”, afirmou Sachs.
“A ciência precisa crucialmente liderar isso. Mostrar quais são os riscos, por que o desmatamento deve parar. Mostrar que isso não é um jogo de interesses, mas para o bem da humanidade. Dizer quais são os limites e o que pode acontecer se passarmos esses limites”, continuou o economista ao falar da proposta no painel paralelo “Amazônia Além da Crise”, realizado também neste sábado em Nova York.
A maior parte desse conhecimento científico já existe, mas a ideia é encontrar os consensos, como ocorre com as mudanças climáticas, compilá-los em um só documento de modo integrado, que venha acompanhado também de recomendações para os tomadores de decisão e para o empresariado. A expectativa é que o relatório, com caminhos para a sobrevivência e o desenvolvimento sustentável da Amazônia, seja lançado já no final do primeiro semestre de 2020.
“Eu trabalhei por muitos anos só trazendo más notícias e vi que só isso não funciona”, comentou Nobre ao jornal O Estado de S. Paulo. “Por isso a ideia é que esse relatório não fique só no terreno dos alertas, de mostrar o que está acontecendo, os riscos – que são muito altos -, mas também entrar no terreno das soluções”, disse.
Nobre é um defensor, já há algum tempo, do que ele chama de projeto Amazônia 4.0, para criar mecanismos de trazer mais tecnologia para incrementar os negócios da floresta. Em sua apresentação no “Amazônia Além da Crise”, ele mencionou dados do IBGE de 2017 que comparam os ganhos com cultivos que ganharam espaço sobre a floresta com os de produtos originais da Amazônia
Naquele ano, a pecuária e a soja ocuparam 240 mil km² nos Estados de Roraima, Acre, Rondônia, Amazonas e Pará e renderam US$ 14 bilhões. “Já o açaí, a castanha do pará e o cacau renderam cerca de US$ 2 bilhões ocupando só 4 mil km² em sistemas agroflorestais, fora o que vem dos sistemas extrativistas. E o açaí beneficia mais de 300 mil pessoas no Pará”, explicou.
“Já existem agricultores trocando o boi por cacau, por açaí e melhorando de vida. Isso sem nenhuma política voltada para valorizar essa economia. Há muito mercado para esses produtos e a rentabilidade é melhor. Nosso projeto começa aí, levando agregação de valor para esses produtos, gerar uma classe média que dependa de a floresta estar lá.”
*Conteúdo Estadão

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