Na última quarta-feira (27/07), centenas de manifestantes invadiram o Parlamento do Iraque, em protesto contra a nomeação de Nouri al-Maliki como primeiro-ministro. Parte dos envolvidos era de seguidores do xiita Muqtada al-Sadr, líder religioso do país.
O Iraque passa por um momento de impasse político, desde as eleições parlamentares realizadas em outubro do ano passado. As negociações para nomear o primeiro-ministro estão paralisadas porque há disputas entre grupos xiitas e curdos, sobretudo, que impedem a formação de um governo.
O Iraque está há cerca de 290 dias sem um líder de governo. Durante o período, o primeiro-ministro Mustafa al-Kadhimi permaneceu no cargo.
As manifestações tiveram início em uma praça da Bagdá, capital do Iraque. Em seguida, os manifestantes se dirigiram para a zona verde da cidade, área onde se localizam as embaixadas e prédios do governo. Por fim, eles conseguiram entrar dentro do Parlamento, subindo em mesas e levantando bandeiras.
Segundi o jornal britânico The Guardian, a polícia iraquiana fez uso de gás lacrimogêneo, na tentativa de dispersar os manifestantes e impedi-los de ultrapassarem os portões da zona verde. A ação policial não obteve sucesso.
Segundo a Al Jazeera, os manifestantes só retornaram para casa depois que Muqtada al-Sadr pediu o fim dos protestos. Eles carregavam retratos o líder religioso e gritavam frases de apoio.
CONTEXTO
Dos 329 assentos do parlamento iraquiano, 74 foram ocupados pelo bloco que apoia Muqtada al-Sadr. Porém, no mês de junho, os integrantes do bloco renunciaram. Conforme o Sadr, na ocasião, a decisão representava um “sacrifício” para “livrar” o população da guerra e de um “destino desconhecido”.
Com o fim do governo de Saddam Hussein, em 2003, houve uma alternância de llíderes religiosos no poder. Convencionou-se, por exemplo, que a presidência deve ser ocupada por um representante curdo, enquanto os partidos xiitas, que representam a maioria da população, devem ocupar o cargo de primeiro-ministro. Já a chefia do Parlamento será concedida aos sunitas.