Neste domingo, 13, às 5h da manhã em Brasília (10h em Roma), a soteropolitana Maria Rita de Sousa Brito Lopes Pontes, conhecida como Irmã Dulce, tornou-se a primeira santa nascida no Brasil reconhecida pela Igreja Católica e agora é a Santa Dulce dos Pobres.
Na mesma cerimônia nesta manhã de domingo, outros quatro beatos também foram canonizados: John Henry Nesmann cardeal ingês, a religiosa italiana Giuseppina Vannini , a indiana , também religiosa Mariam Thresia Chiramel Mankidyan e a catequista suíça, Margherita Bays.
A cerimônia de canonização foi transmitida por várias redes de TV e rádio pelo mundo. Na solenidade , a igreja invoca a intercessão de todos os santos e depois da leitura da fórmula de canonização, os cinco beatos foram considerados santos. No seu sermão, a homilia da missa, o Papa Francisco exaltou o trabalho dos canonizados com os pobres e doentes . Os brasileiros, padre Antonio Maria, a cantora baiana Margareth Menezes e o sanfoneiro cearense Waldonys tocaram e cantaram a musica da canonização antes da missa no altar. Uma comitiva de 25 autoridades, principalmente políticos, também acompanhou a celebração no Vaticano. Além dos governador da Bahia, Rui Costa(PT) e do prefeito de Salvador , ACM Neto (DEM) , o Vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) também assistiu a missa.
A canonização de irmã Dulce é realizada nove anos depois do colegiado de cardeais e bispos da Congregação para a Causa dos Santos, da Cúria Romana, atestar o primeiro milagre atribuído à Irmã Dulce descrito no processo de beatificação da religiosa iniciado pela Arquidiocese de São Salvador da Bahia. A decisão do colegiado é baseada em avaliação de peritos de saber científico (como médicos) e teólogo.
O milagre que levou à beatificação foi a intercessão da freira, a pedido de orações de um padre, para salvar a vida de uma mulher que deu à luz a um menino e estava desenganada por causa de uma hemorragia depois do parto, que os médicos não conseguiam conter. O caso ocorreu nove anos após a morte de Irmã Dulce (2001), em uma cidade do interior de Sergipe.
Para a canonização, a Constituição Apostólica exige a comprovação de um segundo milagre e semelhante ritual processual e comprobatório. A segunda graça, conforme publicado pela Arquidiocese de Salvador, foi a recuperação da visão do músico e maestro José Maurício Bragança Moreira, após 14 anos sem enxergar por causa do glaucoma. Ele, inclusive, vai se apresentar durante a cerimônia de canonização de Irmã Dulce, junto com a cantora Margareth Menezes e o sanfoneiro Waldonys. A cerimônia foi transmitida pela Rede Globo, TV Aparecida, e pelo canal a cabo GloboNews.
“Eu fui paciente de glaucoma muito grave que me cegou durante 14 anos. No dia do milagre, 10 de dezembro de 2014, o meu coral ia cantar, mas a minha esposa nem me deixou sair de casa por causa do derrame que eu tive nos olhos devido a uma conjuntivite viral. Eu passei a noite sem conseguir dormir e por volta das 4h eu peguei a imagem de Irmã Dulce, que fica na cabeceira da minha cama, a coloquei nos meus olhos e pedi que ela aliviasse a minha dor”, descreve Moreira em relato publicado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
De acordo com o músico, após colocar o santinho impresso sobre os olhos, sentiu sono e adormeceu. “Quando eu acordei de manhã, a minha esposa me deu umas compressas de gelo e foi quando eu comecei a enxergar o gelo e a ver a minha mão, e aos poucos a visão foi voltando. O momento que começou o retorno da visão foi pouco tempo depois da oração. É um milagre”, afirma. Após o reconhecimento do milagre pela Igreja, o Papa Francisco anunciou a canonização de Irmã Dulce.
Junto com a santa brasileira, serão canonizados os beatos John Henry Newman (1801-1880), cardeal, fundador do Oratório de São Filipe Néri na Inglaterra; Giuseppina Vannini, Madre Josefina (1859-1911), italiana, fundadora das Filhas de São Camilo; a Maria Teresa Chiramel Mankidiyan (1876-1926), indiana, fundadora da Congregação das Irmãs da Sagrada Família; e Margherita Bays (1815-1879), suíça, da Ordem Terceira de São Francisco de Assis.
A primeira missa em honra à Santa Dulce dos Pobres será realizada em Roma na igreja San’t Andrea della Valle, nesta segunda-feira(14), 24 horas depois da canonização. A festa católica no Brasil, será dia 20 de outubro, domingo, em Salvador. A celebração pela canonização da Santa terá como local o estádio de futebol Arena Fonte Nova, com abertura dos portões ao meio-dia. Os ingressos gratuitos estão à disposição nas diversas paróquias da Arquidiocese de Salvador.
(Redação e Agência Brasil)
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