Johnny Depp, que fez fama e fortuna em filmes de enorme sucesso comercial como “Piratas do Caribe”, disse em Cannes nesta quarta-feira (17/05) que já não liga para Hollywood.
Rosto do filme de abertura do festival francês, “Jeanne du Barry”, Depp conversou com a imprensa ao lado do resto do elenco e, ao ser questionado sobre sua volta ao cinema após a batalha judicial travada contra sua ex-mulher, Amber Heard, afirmou que o evento é um circo midiático do qual sua vida pessoal não conseguiria escapar.
“Se eu me sinto boicotado por Hollywood? Bom, você precisa não ter pulso para achar que nada aconteceu. Claro, quando te pedem para se demitir de um filme por causa de palavras jogadas ao vento, sim, parece um boicote. Se eu o sinto agora? Não. Eu não me sinto boicotado por Hollywood porque eu não penso sobre Hollywood. Eu não sinto mais necessidade de Hollywood”, afirmou sobre sua saída da saga “Animais Fantásticos”, sob acusações de violência doméstica.
Sobre a cobertura da mídia para seu divórcio de Heard, que perdeu nos tribunais, disse que a maioria das coisas que leu nos últimos anos foi fruto de ficção muito bem escrita. Comparou, ainda, a experiência de ouvir que algumas pessoas não o queriam no Festival de Cannes a ser proibido de ir ao McDonald’s pelo resto da vida.
“E se me proibirem porque, em algum lugar, 39 pessoas furiosas vão me observar comendo um Big Mac?”, questionou, entre frases vacilantes e longas pausas.
Membro do júri de longas competitivos, a atriz americana Brie Larson, bastante vocal quanto ao movimento MeToo, disse nesta terça que não sabia como se sentir quanto à presença de Depp e “Jeanne du Barry” na programação.
Maïwenn, diretora e coprotagonista do longa, tem um histórico controverso com o movimento que jogou luz sobre diversos casos de abuso sexual na indústria cinematográfica.
Ela já disse no passado acreditar que a onda de denúncias foi deflagrada por mulheres que odeiam homens. Mais recentemente, ela cuspiu num jornalista francês que estava investigando acusações de assédio contra seu ex-marido, o diretor Luc Besson.
Maïwenn, ao ser questionada sobre as polêmicas que rondam seu filme, disse aos jornalistas que não lê a imprensa, não vê TV e não escuta o rádio para se proteger e, por isso, pouco importava o que tinham a dizer.