O fundador do WikiLeaks, o australiano Julian Assange, de 47 anos, foi preso nesta quinta-feira (11) pela polícia britânica na embaixada do Equador, em Londres, onde estava asilado há 7 anos. A prisão ocorreu depois que o governo equatoriano retirou o asilo diplomático que permitia a permanência do australiano na embaixada.
O atual presidente, Lenín Moreno, desfez os benefícios concedidos pelo antecessor Rafael Correa, incluindo o asilo político. As relações entre o novo presidente e o fundador do Wikileaks estremeceram depois de ambos se acusarem de espionagem e também chantagem.
O Wikileaks afirma que Assange foi alvo de espionagem dentro da embaixada e os documentos foram parar nas mãos de um grupo da Espanha que ameaçava divulga-los. O acusa Assange de tentar vazar documentos sobre a vida pessoal do presidente Moreno.
Enquanto esteve sob a guarda do ex-presidente Rafael Correa, Assange fez da embaixada do Equador uma vitrine de sua causa. Ele costumava fazer aparições e dar entrevistas coletivas na sacada do prédio localizado numa área nobre de Londres, de onde denunciava perseguições do governo americano.
Em seu comunicado, Moreno disse ter recebido a garantia do governo britânico de que ele não seria extraditado para um país que autorize a pena de morte. O Departamento de Justiça norte americano já emitiu um pedido de extradição contra o fundador do Wikileaks, por hackear computadores e vazar informações secretas dos EUA, sob pena de cinco anos de prisão.
O Wikileaks ganhou projeção mundial em 2010, quando divulgou um vídeo de soldados americanos, no Iraque, atirando do alto de um helicóptero em civis. Em seguida, vazou cerca de 250 mil documentos confidenciais, expondo os bastidores da chamada Guerra ao Terror promovida pelo governo do então presidente George W. Bush.
Na campanha americana de 2016, já asilado na embaixada do Equador em Londres, Assange entrou novamente em ação, divulgando, na véspera da eleição, e-mails da campanha de Hillary Clinton obtidos pela invasão dos computadores do Comitê Nacional Democrata por hackers russos.