O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios determinou que a UOL retire do ar duas reportagens sobre o uso de dinheiro vivo para a compra de imóveis pela família do presidente Jair Bolsonaro (PL). A Justiça revogou a decisão da 4ª Vara Criminal de Brasília, tomada na segunda-feira (19/09).
A decisão, do desembargador Demetrius Gomes Cavalcanti, atendeu a recurso interposto pela defesa do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). O magistrado entendeu que as reportagens sobre a compra e venda de imóveis do clã Bolsonaro utilizaram informações sigilosas, contidas em inquérito policial que já havia sido anulado pelo Superior Tribunal de Justiça.
As duas reportagens em questão, produzidas pelos repórteres Juliana Dal Piva e Thiago Herdy, foram publicadas nos dias 30 de agosto, Metade do patrimônio do clã Bolsonaro foi comprada em dinheiro vivo, e 9 de setembro Clã Bolsonaro: as evidências de dinheiro vivo em cada um dos 51 imóveis.
Segundo alegam os advogados de Flávio Bolsonaro, as suspeitas de que os valores empregados nas transações imobiliárias poderiam ser provenientes de operações ilícitas, como “rachadinha” e com pagamentos em dinheiro vivo, basearam-se em uma investigação considerada nula pela Justiça.