Membros do povo originário Kanamary, do Vale do Javari, apresentaram na quinta-feira (14/09) no munícipio de Atalaia do Norte (distante 1.136 quilômetros de Manaus) os pirarucus manejados na região da aldeia São Luís, local onde os indígenas estão fazendo a prática sustentável.
Os exemplares foram apresentados durante 1º Tornei de Pesca Manejada que aconteceu em Atalaia do Norte e contou com a participação dos ribeirinhos da comunidade São Rafael e da etnia Mayuruna. O trabalho é realização da Cooperativa de Preservação Etnoambiental Autônoma dos kanamary da aldeia São Luís (Copeaka).
Os peixes chegaram para serem comercializados na sede do munícipio, mas podem chegar a outros mercados, inclusive internacionais. Para isso é preciso cumprir etapas para tornar o produto atraente aos olhos dos consumidores. De acordo com o presidente da Copeaka, João filho kanamary, o projeto era um sonho dos Kanamary. “Era nosso sonho iniciar o trabalho de manejo do pirarucu porque isso nos ajudaria a preservar no lago e a proteger nosso território”, declarou. “Para isso tivemos apoio da Univaja para iniciarmos um trabalho com a nossa biodiversidade”, relatou.
O representante do povo Kanamary também agradeceu o apoio da prefeitura de Atalaia do Norte. “O prefeito deu apoio para a gente, para vendermos nossos pirarucus aqui no município de Atalaia do Norte”, comentou.
Para o líder da cooperativa etnoambiental, o manejo do Pirarucu é a garantia de vida e proteção de sua gente e de suas terras. “Vender o pirarucu manejado fortalece nossa cultura, fortalece nossos costumes. O manejo é importante para cada um de nós. É importante para os nossos filhos, para o nosso futuro e o futuro de Atalaia do Norte”, destacou João Filho.