O presidente Lula (PT) preteriu o nome apoiado por seus defensores e escolheu para o TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Paraná um advogado que acenou a políticos do PT com a possibilidade de votar contra o ex-juiz e senador Sergio Moro (União Brasil-PR).
O advogado Julio Jacob Junior, nomeado por Lula no dia 20/04, é ligado ao ex-governador tucano Beto Richa, cujos governos integrou, e derrotou a até então favorita para o cargo -Andrea Sabbaga de Melo, ex-sócia do advogado Manoel Caetano, que é amigo e defensor de Lula.
Sabbaga já havia ocupado o TRE do Paraná durante o governo da petista Dilma Rousseff.
Segundo reportagem da Folha, Jacob tinha contra si críticas públicas que havia feito ao PT, incluindo insinuação de sabotagem no acidente aéreo que levou à morte o presidenciável Eduardo Campos (PSB), em 2014.
Além de Jacob e Sabbaga, compunha também a lista tríplice submetida ao governo Lula o nome de Gustavo Kfouri, mas ele era carta fora do baralho por ser advogado do ex-deputado Fernando Francischini (União Brasil-PR) e preferido dos bolsonaristas.
Antes da decisão de Lula, Jacob fez um périplo por Brasília que incluiu encontro com assessores de ministros, com a presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), com o líder do partido na Câmara, Zeca Dirceu (PR), e com o presidente da Comissão de Justiça da Câmara, Rui Falcão (PT-SP).
Seu nome também foi submetido a uma junta composta pelos titulares da Casa Civil, Rui Costa, Secretaria das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, Justiça, Flávio Dino, e AGU (Advocacia-Geral da União), Jorge Messias.