Mirante do ‘Nosso Centro’ terá referências arquitetônicas inspiradas na Amazônia

Foto: Clóvis Miranda / Semcom e João Viana / Semcom
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Em contagem regressiva para a inauguração no próximo dia 4 de abril, as primeiras obras do “Nosso Centro” – mirante Lúcia Almeida e largo de São Vicente – no início da avenida 7 de Setembro, Centro, zona Sul, estão entre as entregas mais esperadas dos últimos tempos. As duas edificações fazem parte dos projetos de reabilitação do centro histórico da capital. A grande entrega acontecerá com uma programação especial para toda a cidade com uma agenda de shows e atrações, com entrada gratuita.

O projeto arquitetônico é do Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb) e os recursos são do Tesouro municipal.

“Estamos fazendo pequenos ajustes, retoques de pintura e na fase das montagem das operações de restaurantes, lojas e quiosques. O prefeito David Almeida anunciou que estaremos entregando a maior obra de requalificação urbanística do centro de Manaus para a população da cidade. Esse é o objetivo, um equipamento voltado para o turismo local, nacional e internacional, porque ela pretende também atender aos cruzeiros que chegam em Manaus”, afirmou o diretor-presidente do Implurb, Carlos Valente.

A arquitetura do mirante tem detalhes de influências regionais e amazônicas. Iniciando pela cobertura ondulada, ela remete ao famoso banzeiro dos rios da região. “A borda negra faz lembrança ao rio Negro e, logicamente, o forro de madeira tem duas outras inspirações: o rio Solimões, com sua cor barrenta, e os próprios barcos que singram os rios, feitos do material”, explicou o diretor de Planejamento do Implurb, arquiteto e urbanista Pedro Paulo Cordeiro.

Ainda no conceito do prédio de reabilitação urbanística se trabalhou a biofilia, fonte que liga construções às coisas vivas, que valoriza o ambiente natural, a saúde, o conforto emocional e a conexão com a natureza.

Outro destaque da obra do “Nosso Centro” são as varandas pelo lado do rio. Quem observa o prédio do rio para a terra, tem a visão de um barco regional típico dos caboclos. “É possível ver exatamente uma popa desse barco. E o prédio é todo avarandado exatamente também com essa função, assim como nossos barcos regionais”, comentou o arquiteto.

E na grande varanda principal no terceiro pavimento, que dá vista para a ponte Phellipe Daou e o pôr do sol, a sua estrutura foi concebida para remeter a uma vitória-régia, uma das maiores plantas aquáticas do mundo. Aqui, as suas redes grossas de nervuras são de ferro, fazendo referência à exuberância e à beleza da vitória-régia.

“Nossa cultura, que é muito rica, desde a questão indígena, à cultura bovina, gastronomia, arquitetura, tudo ganha enfoque nos grafites do prédio, que fará essa homenagem e o contraste com os tons neutros do mirante. Esse contraste foi pensado para esse fim. Sua paleta é neutra, com o concreto, a pintura cinza, o branco, a madeira, para dar o ponto de luz e cor dos painéis de grafite. E ao longo do dia, com a mudança da luz, eles vão mudando os tons. Será gratificante quando o público conhecer esses detalhes”, completou Pedro Paulo.

Para o arquiteto, apesar do prédio arquitetônico e da obra de construção civil, para atender todos os públicos, uma das principais referências do mirante é a própria, única e singular paisagem natural às margens do rio Negro.

Operações

A partir de concorrência pública, o mirante terá permissionários, empresários, empreendedores e comerciantes, que vão atuar em lojas, quiosques, lanches e restaurantes. As licitantes venceram a concorrência 004/2024, realizada pela Comissão Municipal de Licitação (CML), para permissão de uso de três quiosques e um lanche no térreo; no primeiro pavimento, um lanche; dois restaurantes e um lanche no segundo pavimento; e mais três quiosques no terceiro pavimento, totalizando 11 operações.

Ocupação

A ocupação do mirante não é só artística, cultural e pública, mas também comercial, tendo licitado diversas operações para a diversificação do novo espaço. A base do “Nosso Centro” envolve ações de economia, turismo, história, empreendedorismo, cultura, arte e habitação, com três etapas de implantação.

Play pet

Seguindo uma tendência em áreas públicas urbanas da capital, as obras serão entregues com um espaço para os “amigos de quatro patas”, um play pet instalado no largo de São Vicente, nas proximidades do mirante Lúcia Almeida e do casarão Thiago de Mello, no Centro, zona Sul.

Com 15 metros quadrados, o espaço sombreado, debaixo de árvores, foi pensado para os bichinhos dos frequentadores da nova área pública, para proporcionar momentos de lazer com seus donos e tutores.

É obrigatório que o dono tenha a sua sacolinha para recolher os dejetos do cão. Lembrando que o tutor ou dono é responsável pela conduta de seu animal. Os cães deverão estar o tempo todo sob os cuidados de seus proprietários e dentro do alcance de seu comando. Ao entrar e sair do espaço, os cães deverão usar coleira e guia.

“A obra prevê esse espaço no largo e a nossa orientação é que todos possam curtir a área com segurança e conforto, mas também com atenção aos animais, seguindo regras básicas de convivência”, reforçou o diretor de Planejamento do Implurb.

Primeira etapa 

Essa é a primeira etapa de obras do programa “Nosso Centro”, lançado em 2021 e que, desde então, vem reabilitando o centro histórico da capital em várias frentes e integrando diversas secretarias e órgãos. No total, são quatro obras em execução – mirante Lúcia Almeida, casarão Thiago de Mello, largo de São Vicente e píer turístico.

O programa de reabilitação da prefeitura fez a desapropriação de seis imóveis que estavam abandonados no local, mantendo a ambiência do entorno.

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