O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, disse nesta segunda-feira (27) que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deveria ter cumprido toda a pena que lhe foi imposta antes de deixar a prisão. A declaração foi feita durante entrevista ao programa de humor “Pânico”, da rádio Jovem Pan.
“O correto era ter saído após ter cumprido a pena”, disse Moro ao ser perguntado como se sentia depois de “todo o trabalho” para condenar o petista. O atual ministro atuou como juiz federal por 22 anos e foi o magistrado responsável pela Operação Lava-Jato de Curitiba.
Moro defendeu a prisão após condenação em segunda instância e disse que apoia mudança na Constituição para que a medida seja implementada.
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O ministro garantiu também que permanecerá no cargo e afirmou, em tom de brincadeira, que o episódio de sua manutenção no posto será conhecido “como o segundo Dia do Fico no Brasil”.
A frase é uma alusão ao episódio da história do Brasil no qual Dom Pedro I recusou-se a voltar a Portugal, no que ficou conhecido como “Dia do Fico”.
“Questão de lealdade”
O ministro afirmou que não há motivo para deixar o governo e disse que apoiará a candidatura do presidente Jair Bolsonaro à reeleição por uma “questão de lealdade”.
Indagado sobre a possibilidade de ser nomeado para vaga do ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), que se aposentará em novembro, Moro disse que não pode falar sobre o que ainda não ocorreu, mas reconheceu que a vaga para a Corte “é uma perspectiva interessante”.
O presidente tem afirmado que pretende indicar alguém “terrivelmente evangélico”, dando a entender que pode nomear o atual ministro da Advocacia-Geral da União, André Luiz Mendonça.
Sobre as críticas dos veículos de comunicação ao presidente, Moro afirmou que a imprensa, “às vezes, exagera” e que “poderia dar uma folguinha”.
Moro criticou a proposta de estabelecer rodízio de juízes em cidades pequenas para viabilizar a implantação do juiz das garantias no sistema judicial penal. O ministro ironizou afirmando que o dispositivo não pode ser “rodízio de pizza”.
Integrante da bancada de entrevistadores, a apresentadora Marina Mantega indagou as razões de Moro ter revertido a prisão temporária do pai dela, o ex-ministro Guido Mantega, durante uma das fases ostensivas da investigação, em abril de 2016.
Na ocasião do cumprimento da prisão, Mantega foi localizado em um hospital onde acompanhava a mulher em um tratamento para um câncer terminal.
“Houve esse incidente e a gente entendeu por bem rever. A questão foi mais humanitária mesmo”, respondeu Moro. “Nós não somos insensíveis a questões circunstanciais”, completou.
Fonte: Do Valor Econômico