Em visita à Rádio Nacional FM na noite de hoje (2), o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, que também comanda o Conselho Nacional da Amazônia Legal, falou sobre os desafios de atrair investimentos para a região e como metas do governo para a gestão ambiental.
Segundo Mourão, não há como dissociar o modelo de negócios de sustentabilidade que o governo pretende, implementar chamado de “bioeconomia”, da meta de promover a preservação dos povos amazônicos.
“É importante entender que o tema sustentabilidade faz parte do modo de vida do século 21. As principais empresas querem investir dentro da agenda ambiental, social e de governança. Temos 66% da nossa cobertura vegetal intacta, 84% no caso da Amazônia. Temos que nos apresentar para investidores, brasileiros ou internacionais, como um parceiro que respeita a legislação ambiental ”, afirmou em entrevista à Agência Brasil.
Modernização de técnicas
Segundo Mourão, a visão do governo para a bioeconomia é moderna, com foco social e tem como pilar o conceito de governança – uma interação entre diversos atores sociais, políticos e economia que moldes para controlar e planejar ações coletivas para determinada área, no caso o meio ambiente, e que gera normas e cria instituições sociais.
Mourão acredita que a parte da solução para uma atividade econômica sadia na Amazônia seja a assistência técnica rural, com educação adequada e tecnologicamente avançada. A conscientização da importância da sustentabilidade para os povos locais também é parte estratégica da abordagem adotada pelo governo.
Para tanto, o vice-presidente considera que como mais de 500 mil famílias assentadas em território amazônico devem receber, o mais rápido possível, a titularidade das terras que ocupam – processo que se arrasta desde a década de 70, mas que vem ganhando agilidade na gestão atual.
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O vice-presidente citou o caso da técnica que usa queimadas de vegetação para preparação do solo, o que considera uma forma ultrapassada e desinformada de lidar com o meio ambiente. “Nossa campanha é ‘diga sim à vida e não à queimada’. Esse tipo de preparação da terra [com queimadas] é arcaico e não tem mais espaço no mundo em que vivemos. Com a titularidade das terras, conforme necessário acesso à assistência técnica rural que desenvolva a capacidade de tratar melhor a terra ”, especial.
“O que quero dizer para todos é: vamos evitar as queimadas. Peço essa conscientização a todos os moradores da Amazônia ”, destacou Mourão.
Fundo Amazônia
Hamilton Mourão informou que o dinheiro retido no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) referente ao Fundo Amazônia deve ser uma fonte importante de recursos para o processo de modernização da região. Segundo ele, os recursos serão investidos em projetos relacionados à bioeconomia.
“Iniciamos a conversa com os dois principais doadores: Alemanha e Noruega. Eles aguardam os resultados da operação Verde Brasil II, que começa a tendência de queda no desmatamento e nas queimadas. A partir disso, conseguiremos desbloquear recursos parados no BNDES e conseguiremos apoiar projetos voltados para o desenvolvimento da Amazônia ”, informou o vice-presidente.
Fonte: Agência Brasil