A exposição Nhe’ẽ ry – onde os espíritos se banham, no Museu das Culturas Indígenas (MCI), apresenta elementos da mata que estimulam o tato, olfato, visão, audição e propriocepção (noção espacial). A mostra recria a atmosfera da Mata Atlântica sugerindo uma vivência sensorial.
A expressão “Nhe’ẽ ry”, usada pelo povo Guarani para denominar a Mata Atlântica, também pode ser traduzida como “lugar onde os espíritos se banham”.
Sonia Ara Mirim, curadora da exposição ao lado de Cris Takuá, Carlos Papá e Sandra Benites, explica: “cada elemento da mata tem seu espírito e seu modo de vida, então quando nós, indígenas, falamos dos ‘espíritos da mata’, estamos considerando toda a vida nela presente: floresta, animais, rios e nascentes. Onde há vida, há espíritos”.
Os organizadores não classificam a mostra como imersiva, mas destacam o seu caráter sensorial com elementos distribuídos pelo percurso. Sons, imagens, vegetação e vídeos foram explorados em uma expografia envolvente. É neste contexto que um viveiro de mudas de plantas nativas, com mais de 60 espécies da floresta, opera em alusão ao patrimônio da biodiversidade da Mata Atlântica.
A partir da perspectiva indígena, o acervo sugere sensibilizar o público sobre a relevância da Mata Atlântica para o planeta. Com dados fornecidos pela Fundação SOS Mata Atlântica, o Museu informa os visitantes sobre os povos que habitam o território, o patrimônio de flora e fauna, a legislação de proteção e outros dados relevantes sobre o bioma.
Nhe’ẽ ry é dividida em quatro eixos temáticos: Viveiro de plantas, Cartografias da floresta, Pedra que canta e Caverna dos sonhos. Ao entrar no espaço, o público vai enxergar a mata a partir de projeções de folhas, raízes, vagalumes, acompanhadas de sons do pássaro urutau, de grilos, do sapo tambor, da cigarra, do vento e até do esturro de uma onça. Imagens e sons da mata, do amanhecer ao anoitecer completam o eixo “Caverna dos sonhos”.
A exposição poder ser visitada de terça a domingo, das 9h às 18h, às quintas-feiras até às 20h. O valor dos ingressos é R$15,00 (inteiro) e R$7,50 (meia entrada); gratuito às quintas-feiras. Para comprar a entrada acesse o site www.museudasculturasindigenas.