Representantes de quase 200 países concordaram, na cúpula climática COP28, em começar a reduzir o consumo global de combustíveis fósseis para evitar o pior das mudanças climáticas, um acordo inédito desse tipo sinalizando o eventual fim do petróleo.
O acordo alcançado em Dubai, após duas semanas de negociações árduas, pretendia enviar um sinal poderoso aos investidores e decisores políticos, de que o mundo está unido no seu desejo de romper com os combustíveis fósseis, algo que os cientistas dizem ser a última melhor esperança para evitar da catástrofe climática.
O presidente da COP28, Sultan Al Jaber, chamou o acordo de “histórico”, mas acrescentou que o seu verdadeiro sucesso estaria na sua implementação.
“Somos o que fazemos, não o que dizemos”, disse ele ao plenário lotado na cúpula. “Devemos tomar as medidas necessárias para transformar este acordo em ações tangíveis”.
Vários países aplaudiram o acordo, por ter conseguido algo difícil em décadas de negociações sobre o clima.
“É a primeira vez que o mundo se une em torno de um texto tão claro sobre a necessidade de abandonar os combustíveis fósseis”, disse o Ministro dos Negócios Estrangeiros da Noruega, Espen Barth Eide.
Mais de 100 países fizeram forte lobby para uma linguagem forte no acordo COP28 para “eliminar gradualmente” o uso de petróleo, gás e carvão, mas encontraram forte oposição do grupo produtor de petróleo OPEP, liderado pela Arábia Saudita, que argumentou que o mundo pode reduzir emissões sem evitar combustíveis específicos.
Essa batalha empurrou a cimeira para um dia inteiro de prorrogação na quarta-feira, e deixou alguns observadores preocupados com o facto de as negociações terminarem num impasse.