A greve do Sindicato dos Atores (SAG-AFTRA) parece estar longe de uma resolução. De acordo com a Variety, as negociações entre o sindicato e os estúdios (representados pela Alliance of Motion Picture and Television Producers, a AMPTP) foram suspensas após a reunião na última quarta-feira (11/10).
O SAG-AFTRA divulgou um comunicado oficial após o encontro, acusando os estúdios de utilizar “táticas de intimidação” e afirmando que eles abandonaram as negociações sem considerar a última oferta apresentada pelo sindicato. A principal divergência reside na proposta do sindicato de compartilhar a receita de streaming, estimada em U$800 milhões por ano pela AMPTP. No entanto, o SAG-AFTRA argumenta que essa cifra foi inflada em 60% e que sua proposta representaria um custo de apenas 57 centavos por assinante anualmente para as plataformas.
Além disso, o sindicato busca uma parte da receita de streaming para todas as produções cobertas pelo SAG-AFTRA, independentemente de serem feitas para streaming, filmes ou programas de TV licenciados de outras plataformas.
A AMPTP também emitiu uma nota, alegando que a diferença entre as partes é muito grande e que as conversas não estão mais em uma direção produtiva. A greve se aproxima da duração da paralisação de 1980, que durou 95 dias.
A greve do SAG-AFTRA, oficializada em julho, atende a várias demandas dos atores, incluindo novas regras sobre o pagamento de residuais e proteções contra o uso de inteligência artificial na produção de filmes e séries. A votação realizada entre os membros do sindicato, que resultou em 98% de aprovação da greve, demonstrou o apoio da categoria a essas reivindicações.
A paralisação não apenas interrompe as filmagens de projetos com atores filiados ao SAG, mas também impede a participação deles em eventos de imprensa para filmes já completos e a caminho dos cinemas. A pressão adicional da greve dos roteiristas, que chegaram a um acordo para a revisão dos contratos em outubro, acrescenta complexidade ao cenário. Os sindicatos dos atores e dos roteiristas não entravam em greve juntos desde 1960.