Os jovens que estão chegando no ensino médio ou que já estão cursando uma das três sérias do antigo “segundo grau” vão se deparar na volta as aulas em 2021 com uma mudança radical. O novo ensino médio promete envolver o aluno com o que realmente importa para sua vida futura profissional e acadêmica. Além das disciplinas básicas, agora o estudante poderá optar por áreas do conhecimento que ele mais se identifica e fazer disciplinas soltas como já acontece nas faculdades de ensino superior.
A lei que estabeleceu a reforma do Ensino Médio foi aprovada em 2017, depois de muita discussão e polêmica. Ela definiu que as escolas devem passar a oferecer itinerários formativos para os estudantes optarem qual área se aprofundar . As opções deverão ser voltadas ao empreendedorismo, à investigação científica e à mediação e intervenção sociocultural. Essa parte de flexibilidade deve cumprir 40% do currículo. Os outros 60% do currículo correspondem à formação básica com disciplinas tradicionais como Língua Portuguesa e matemática.
A Medida Provisória (MP) que institui o Novo Ensino Médio foi aprovada após nove audiências públicas e com 566 emendas de deputados e senadores. O Senado Federal lançou uma cartilha do Novo Ensino Médio com explicações das mudanças.
“A gente já tem uma estrutura legal que foi viabilizada pela MP e, a partir disso, teremos a última etapa que é a elaboração da Base Nacional Comum Curricular do ensino médio, algo que esperamos estar homologado no início do próximo ano. Com isso, em 2019, todas as escolas da rede pública estarão aptas a colocar em prática o Novo Ensino Médio”, afirmou o Ministro da Educação, Mendonça Filho no evento em Brasilia.
Implementação – Do total de três mil horas de aulas, 1.200 horas devem ser destinadas à oferta dos chamados “itinerários formativos”: uma formação à parte da obrigatória em que o estudante pode escolher a área de conhecimento ou formação técnica para aprofundar os estudos a partir de suas preferências e intenções de carreira.
As escolas devem oferecer aos alunos pelo menos um “itinerário formativo”. As opções deverão ser organizadas por meio da oferta de diferentes arranjos curriculares com foco em:
- Linguagens e suas tecnologias;
- Matemática e suas tecnologias;
- Ciências da natureza e suas tecnologias;
- Ciências humanas e sociais aplicadas;
- Formação técnica e profissional.
As 1.800 horas restantes, explica a coordenadora-geral de Ensino Médio substituta do MEC, Adriana Andrés, serão destinadas para a nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC). “Parte das secretarias Estaduais de Educação já iniciaram a elaboração do Plano de Implementação do Novo Ensino Médio e o MEC dará suporte técnico por meio do Programa de Apoio ao Novo Ensino Médio que conta, neste momento, com a adesão de 23 unidades da Federação”.
A implementação será realizada de forma progressiva para ampliar o número de escolas a cada ano. “Isso vai depender das condições concretas de cada secretaria”, ressalta a coordenadora