Nesta quarta-feira (11/05) , a jornalista Shireen Abu Akleh do canal Al Jazeera morreu enquanto cobria uma operação do exército israelense em um campo de refugiados em Jenin, na Cisjordânia. Autoridades palestinas e o Al Jazeera acusaram Israel pela fatalidade, mas não houve confirmação in loco .
Um vídeo divulgado na conta oficial do Ministério das Relações Exteriores de Israel no Twitter, mostra palestinos dizendo que haviam acertado um soldado israelense, que teria caído no chão. No entanto, nenhum oficial se feriu durante a operação, o que indica que a repórter pode ter sido atingida por tiros palestinos.
Israel divulgou que ofereceu uma investigação em conjunto com a Autoridade Palestina, que teria se negado a cooperar. O exército israelense confirmou que realizava uma operação no campo de refugiados de Jenin, e citou uma troca de tiros entre suspeitos e as forças de segurança, mas negou ter atirado contra jornalistas.
Os confrontos começaram depois que as forças da IDF, Shin Bet e da Polícia de Fronteira realizaram operações de prisão em vários locais da Cisjordânia.
André Lajst, cientista político e presidente executivo da StandWithUs Brasil, conta que o local, ao norte da Cisjordânia, é conhecido por ser um reduto de grupos armados palestinos, que exercem autoridade total na região. “A jornalista estava cobrindo uma região perigosa, no campo de refugiados de Jenin, onde há construções irregulares, estreitas” conta o especialista.
O primeiro-ministro Naftali Bennet se pronunciou nesta manhã reforçando a teoria de que os disparos teriam vindo do lado palestino, reportando que “de acordo com as informações que coletamos, parece provável que palestinos armados – que estavam atirando indiscriminadamente na ocasião – foram responsáveis pela infeliz morte da jornalista”.
O caso agrava ainda mais a tensão entre israelenses e palestinos.
Uma autópsia inicial do corpo da jornalista foi feita por legistas palestinos. O exame aponta que ela morreu depois de ser atingida na cabeça por uma bala disparada a vários metros de distância. Não foram divulgadas informações sobre o tipo de armamento, o que poderia dizer se a vítima foi atingida por israelenses ou palestinos.
Shireen tinha 51 anos e era muito respeitada. Ela trabalhava no jornal desde a Segunda Intifada palestina, em 2000.