Há dois anos, o indigenista Bruno Pereira e o jornalista britânico Dom Phillips foram assassinados durante uma viagem pelo Vale do Javari, a segunda maior terra indígena do Brasil, no extremo-oeste do Amazonas.
Para que essa e outras histórias sobre o território marcado por conflitos não sejam esquecidas, a Agência Pública lança um podcast em que o repórter Rubens Valente investiga o passado e o presente da região que concentra o maior número de indígenas isolados do mundo.
Muita coisa aconteceu antes e depois do assassinato de Bruno e Dom, um crime que chocou o país. Em “Morte e Vida Javari”, Rubens Valente te leva como acompanhante na pesquisa que fez sobre essa terra marcada por conflitos que têm muito a dizer sobre a história da Amazônia e do país.
Em 5 episódios semanais, mergulharemos nos ciclos de violência e resistência que atravessam o Javari, desde a primeira expedição militar na região, no século 19, até chegar nas disputas atuais que persistem após o assassinato de Bruno e Dom.
A história do Vale do Javari se repete em ciclos de fim e recomeço, seca e cheia, destruição e reconstrução. Morte e vida.
O primeiro episódio, lançado no dia 5 de junho, revela um documento inédito que registra o primeiro massacre militar no Javari. O episódio traz trechos do diário do Barão de Teffé, que há 150 anos, no Segundo Reinado do Imperador Dom Pedro II, assassinou indígenas do Javari em expedição da marinha brasileira. O podcast segue resgatando a história da região até chegar nos dias de hoje. O episódio 5, o último da série, investiga o contexto mais amplo que antecedeu o assassinato de Bruno e Dom, revelando fatos inéditos sobre um ataque que aconteceu semanas antes da emboscada que vitimou o indigenista e o jornalista. O podcast também traz entrevista inédita de Bruno ao repórter Rubens Valente.
Com extensa pesquisa em arquivos e mais de 40 entrevistas, entre lideranças indígenas, moradores da região, estudiosos e especialistas, o podcast é a biografia de uma terra que ajuda a explicar diversas outras regiões da Amazônia. Para fazer a série, a Agência Pública passou no Vale do Javari duas temporadas de dois meses ao todo, entre 2022 e 2023.
“Morte e Vida Javari” também é referência a “Morte e Vida Severina”, a obra de João Cabral de Mello Neto. No título, o poeta colocou a morte antes da vida para expressar as duras condições da sobrevivência no sertão do Nordeste. Mas ao colocar a vida depois da morte, invertendo o ciclo natural das coisas, o poeta sugere a ideia de que o fim também pode representar um recomeço.
Vida e Morte Javari faz parte do especial Amazônia sem Lei, uma cobertura da Pública que há alguns anos investiga violência relacionada à regularização fundiária, demarcação de terras e reforma agrária na Amazônia Legal.
Serviço
Episódios: 5, 12, 19, 26 de junho e último episódio 3 de julho
Onde ouvir: Todos os tocadores de streaming e no site da Agência Pública