A pandemia de Coronavírus mexeu profundamente com o mercado da construção civil em 2020 e a perspectiva do mercado é que os valores continuem alterados no inicio de 2021. Alguns produtos e insumos sofreram reajustes que vão de 40% no cimento a 150% nos fios de cobre. Os números são da Câmara Brasileira da Indústria da Construção ( Cbic ).
Com a nova onda de Covid-19 na maior parte das cidades do país, os preços dos materiais devem continuar em leve alta. Além de alguma “dificuldade” de abastecimento do setor por conta de paralizações em setores de produção como medidas para conter o avanço da doença, outro fator que tem puxado os preços, segundos os especialistas é o auxilio emergencial. Muitos beneficiários do auxilia pago pelo governo federal têm usado o dinheiro para construir.
Em Manaus, a saca de cimento no inicio do ano era vendida em média a 25 reais. Com a pandemia, o produto quase que desapareceu do mercado e quando voltou, o cimento começou a ser vendido entre 43 e 45 reais a saca. Já o milheiro do tijolo, que antes da pandemia era comercializado a 500 reais, agora não sai por menos de 800, chegando a 900 reais. O cimento vendido no Amazonas em parte é produzido em Manaus mas grande parte vem de outros estados como Ceará e Pernambuco.
E se o consumidor reclama dos valores de cimento, tijolos e outros insumos, os empresários comemoram as projeções . Já se fala que a construção civil deve ter em 2021, o maior crescimento para o setor em oito anos.
Segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção, o Produto Interno Bruto (PIB) do segmento deve avançar 4% no próximo ano.Os dados foram registrados pela Cbic em seu balanço do segmento. “Nós temos de entregar [obras], estamos ‘vendidos’. Por isso, consideramos que uma grande ameaça para 2021 é o desabastecimento e o custo dos materiais. Como vamos ter de entregar, um acréscimo de custos pode ter um fardo muito grande nas empresas e nos contratos, com risco de judicialização ”, afirmou o presidente da Cbic, José Carlos Martins.