O presidente da CPI da Pandemia, senador Omar Aziz (PSD-AM), armou neste sábado, 22, que o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello deve ser convocado a depor novamente. Para o parlamentar, o general usou o habeas corpus concedido pelo STF como prerrogativa para “mentir” em sua oitiva.
“Ele [Pazuello] estava com um habeas corpus debaixo do braço, que permitia que ele falasse o que ele quisesse, que nada poderia acontecer com ele. Por isso que ele está sendo reconvocado, vai ser reconvocado na quarta-feira”, disse o senador durante uma live promovida pelo Grupo Prerrogativas.
Um requerimento para reconvocar o ex-ministro já foi apresentado e deve ser votado na próxima semana pelos integrantes da comissão. Para que Pazuello seja novamente ouvido, o pedido precisa ser aprovado. O general da ativa depôs à CPI nas últimas quarta, 19, e quinta-feira, 20.
No primeiro dia de audiência, o mais longevo titular da pasta durante a pandemia armou que nunca “recebeu ordens diretas pra nada” de Jair Bolsonaro e assumiu a autoria de todos os atos à frente do ministério. Disse ainda que respostas à Pzer foram dadas ‘inúmeras vezes’ desde agosto de 2020, contrariando o depoimento do ex-presidente da farmacêutica no Brasil Carlos Murillo. O general negou que Bolsonaro tenha lhe dado ordens para desfazer um acordo com o Butantan pela CoronaVac, o que contradiz declaração do próprio presidente.
Segundo ele, o governante teve apenas uma “reação política” a falas de João Doria, mas não formalizou qualquer ordem contra a vacina.
No segundo dia de depoimento, o ex-chefe da Saúde revelou que o presidente Bolsonaro estava presente em uma reunião com o governador do Amazonas Wilson Lima (PSC) em que foi decidido por não haver intervenção federal na saúde do estado durante a crise por falta de oxigênio.
Sobre o aplicativo do ministério que recomendava cloroquina, o general da ativa armou que a plataforma foi “descontinuada” após um suposto ataque hacker.
OUTROS DEPOIMENTOS
Este será o oitavo dia de audiências na CPI que apura ações e possíveis omissões do governo federal no enfrentamento da crise sanitária, bem como eventual desvio de verbas federais enviadas a estados e municípios. Já foram ouvidos os ex-ministros da Saúde, Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, o atual titular da pasta, Marcelo Queiroga, o presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, o ex-chefe da Secom Fabio Wajngarten, Carlos Murillo, representante da farmacêutica Pzer e o ex-chanceler Ernesto Araújo
Fonte: Veja