Presidente do Irã recusa entrevista com jornalista da CNN que não usava véu

A entrevista ocorreia nos EUA, onde o líder iraniano visitava para participar da Assembleia-Geral da ONU Foto: Reprodução/ Twitter
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O presidente do Irã, Ebrahim Raisi, negou a dar uma entrevista para âncora da CNN Internacional, Christianne Amanpour, durante sua passagem por Nova York, nos Estados Unidos, para a 77ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), na última quarta-feira (21/09). De acordo com a jornalista, o líder iraniano desistiu após ser informado que ela não quis cobrir o cabelo com um véu.

Conforme Amanpour, um assessor insistiu no pedido de que cobrisse o cabelo para iniciar a entrevista.

“Seria a primeira entrevista do presidente Raisi em solo dos EUA (…). Quarenta minutos depois do horário marcado para entrevista começar, um assessor se aproximou. O presidente, disse ele, estava sugerindo que eu usasse um véu na cabeça, porque são os meses sagrados de Muharram e Safar”, contou a jornalista por meio de suas redes sociais. ” Eu educadamente recusei. Estamos em Nova York, onde não há lei ou tradição sobre lenços de cabeça”, completou.

Amanpour acrescentou que nenhum presidente iraniano anterior exigiu que ela cobrisse os cabelos quando os entrevistou fora do Irã. No entanto, o assessor afirmou que caso não atendesse o pedido a entrevista não aconteceria, pois se tratava de “uma questão de respeito” e fez referência à “situação no Irã”.

No momento, o país iraniano passa por diversos protestos, que se iniciaram após a morte de uma jovem identificada como Mahsa Amini, detida pela  polícia moral por ter se vestido “inadequadamente”. Mahsa faleceu em um hospital na última sexta-feira (16) depois de ter sido “agredida de forma grave na região da cabeça”, de acordo com o repassado por protestantes – versão que é negada por autoridades, que apontam a causa da morte como “súbita insuficiência cardíaca”.

As manifestações completaram uma semana e deixou cerca de 17 vítimas fatais por várias regiões, além do bloqueio de redes sociais no território.

“A entrevista não aconteceu. À medida que os protestos continuam no Irã e as pessoas estão sendo mortas, teria sido um momento importante para falar com o presidente Raisi”, declarou Amanpour.

 

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