Uma mapoteca com 145 projetos já foi catalogada por estudantes voluntários da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). As composições arquitetônicas físicas fazem parte de 504 pranchas doadas pela Prefeitura de Manaus, via Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb), do período de 1993 a 2000.
O material, que foi doado pelo instituto à Ufam, para o Núcleo de Arquitetura Moderna na Amazônia (Nama), passou por identificação e segue em catalogação. Faltam duas mapotecas, somando entre 1.500 e 2 mil pranchetas.
O acervo agora tem a guarda e responsabilidade de manutenção pelo Nama. As mapotecas são de uma época anterior à computação gráfica e o material é composto de projetos feitos em pranchetas em papel vegetal, papel manteiga e plantas técnicas.
Conforme o coordenador do Grupo de Pesquisa Arquitetura Moderna na Amazônia (Grupo Ama), arquiteto Marcos Cereto, da Faculdade de Tecnologia, os trabalhos dos estudantes serão retomados após as férias de março, em abril.
“A previsão é concluir a catalogação e colocar a relação de todos os projetos no site do Nama. Há tratativas com o Implurb sobre a possibilidade de encontrar soluções para possibilitar a digitalização do conteúdo para que fique disponível para a sociedade”, comentou Cereto.
História de projetos
Para o vice-presidente do Implurb, arquiteto e urbanista Claudemir Andrade, esse acervo é muito importante pela história dos profissionais e pelos projetos desenvolvidos para Manaus e na capital no período, especialmente da década de 1990. “Estamos no caminho certo para o resgate desta memória e manutenção”, comentou.
No acervo, estão projetos realizados ou não de maternidades, escolas, sede da Prefeitura de Manaus, postos de saúde, parques, praças e intervenções viárias. Conforme primeira verificação do material recebido do arquivo do Implurb, entre os projetos está um antigo do calçadão da Ponta Negra, realizado no final da década de 1990, pelo arquiteto Severiano Porto.
As plantas e projetos das mapotecas compõem a história do planejamento urbanístico da capital amazonense, da época da extinta Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (Semdurb), que deixou de existir em 2006, dando lugar ao Implurb.
Conforme Cereto, o Nama já tem o acervo do arquiteto Severiano Porto, um dos mais significativos nomes do Amazonas, além do acervo privado do arquiteto José Henriques, que foi ex-presidente do Implurb.