A Rússia invadiu a Ucrânia no dia 24 de fevereiro, e desde lá, prédios e cidades foram reduzidos a pó, milhares de pessoas morreram, e mais uma crise humanitária apareceu.
Volodymyr Zelensky esperou por uma intervenção militar contra Vladimir Putin que até agora não aconteceu. Mas a Rússia não sai ilesa: o país sente os fortes abalos econômicos de capital privado e públicos, congelados por forças ocidentais, e se apoia em sua representação permanente na Organização das Nações Unidas (ONU).
Em meio ao caos, surge uma luz no fim do túnel: os representantes dos países europeus se reunião em Istambul, nesta terça (29/03), com expectativa de aproximar os interesses e cessa o fogo imediata e definitivamente.
Preparos
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, expressou otimismo moderado em relação a esta nova reunião, afirmando que vê um acordo entre a Rússia e a Ucrânia como possível:
“Seja como for, vejo que há oportunidades para um acordo, já que nossos parceiros ocidentais começam a entender os graves erros cometidos há muitos anos, embora talvez, por razões compreensíveis, não o digam em voz alta”, disse.
Na véspera, o presidente ucraniano, Volodímir Zelenski, também havia afirmado que seu país “está pronto” para oferecer as “garantias de neutralidade” que Moscou exige.
“Garantias de segurança e neutralidade, status não nuclear para nosso país. Estamos prontos para isso”, disse Zelenksi em entrevista a vários meios de comunicação independentes russos, neste domingo (27/03).
Apesar das declarações conciliatórias de Lavrov e Zelensky, o lado ucraniano disse que o clima dessas negociações entre as equipes técnicas ainda é “difícil”.
Vadim Denisenko, assessor do ministro do Interior ucraniano, admitiu à Reuters na segunda-feira que não espera grande progresso desta nova rodada em Istambul. No entanto, os mediadores turcos certificaram alguns progressos.
Donbass e Crimeia
Os pontos mais distantes da negociação seriam o status da Crimeia, que Moscou exige ver reconhecida como parte de seu território, e de Donbas, que o Kremlin quer conquistar a independência da Ucrânia ou anexar à Rússia.
No entanto, o chefe da diplomacia ucraniana baixou as expectativas e disse que, sobre os pontos mencionados por Erdogan, “não houve consenso” com a Rússia.
“Quero acabar com esta guerra. Não quero ter centenas de milhares de mortos. Portanto, não pretendo atacar à força nem em Donbass nem na Crimeia. Porque eu entendo que muitos milhares de nosso povo morreriam”, afirmou Zelensky, se referindo a Donbass.
Fonte: El País.*