Na próxima terça-feira (31/01) é comemorado o Dia Nacional das Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN). Entre seus benefícios ao meio ambiente, as RPPNs ajudam na proteção da biodiversidade local e auxiliam na expansão das áreas protegidas no país. As reservas particulares fazem parte do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) e podem ser direcionadas a atividades de pesquisas científicas e visitação com objetivos turísticos, recreativos e educacionais, conforme previsto no seu plano de manejo.
De acordo com dados da Confederação Nacional de RPPNs, existem atualmente 1.802 reservas dessa categoria no território nacional, totalizando cerca de 821 mil hectares. Diferentemente das concessões de unidades de conservação públicas – como as que foram anunciadas recentemente pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em parceria com seis Estados – as RPPNs são terras particulares transformadas em UCs, mas cuja titularidade continua sendo de proprietários privados. Por meio da criação e gestão de RPPNs, muitas empresas oferecem sua parcela de contribuição efetiva para a preservação da natureza.
“A partir do momento que uma RPPN é criada, a conservação será perpetuada, já que aquela área sempre será uma unidade de conservação, mesmo que a propriedade seja vendida. Esse é um legado que fica para gerações futuras e que contribui diretamente para a proteção da biodiversidade do país”, afirma Leide Takahashi, gerente sênior de Conservação da Natureza da Fundação Grupo Boticário e membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN).
A Fundação Grupo Boticário mantém desde 1994 a Reserva Natural Salto Morato (RNSM), em Guaraqueçaba, no litoral do Paraná. A reserva contribui para a conservação de 2.253 hectares de Mata Atlântica, sendo reconhecida pela Unesco como Patrimônio Natural da Humanidade.
A Fundação também mantém, desde 2007, a Reserva Natural Serra do Tombador (RNST), localizada em Cavalcante, no interior de Goiás. De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, a Reserva está em uma região de prioridade extremamente alta para a conservação da biodiversidade, em uma área equivalente a nove mil campos de futebol, no Cerrado brasileiro, bioma que abriga as nascentes das três principais bacias hidrográficas do Brasil.
A partir do acordo firmado na 15ª Conferência das Nações Unidas sobre a Biodiversidade (COP-15), realizada em Montreal, no Canadá, em dezembro de 2022, os países têm o desafio de proteger 30% das áreas terrestres e marítimas do planeta até o fim da década. Atualmente, os números são de 17% e 10%, respectivamente, ainda longe da meta estabelecida no Acordo de Kunming-Montreal, firmado para tentar reverter a crescente perda global da biodiversidade.