O Rio Negro, em Manaus, continua a apresentar níveis historicamente baixos após vivenciar a pior seca registrada em 121 anos de medição. No domingo (22/10), as águas caíram para 12,99 metros, enquanto na segunda-feira (23/10) o nível baixou para 12,89 metros, marcando a primeira vez em que as águas atingiram a marca dos 12 metros nesse período de monitoramento.
A seca extrema teve seu pico em 16 de outubro, quando o rio registrou 13,59 metros, e, desde então, a descida tem continuado a um ritmo mais lento, diminuindo cerca de 10 centímetros por dia.
Jussara Cury, pesquisadora do Serviço Geológico Brasileiro (SGB), explicou que o nível do Rio Negro provavelmente continuará a baixar em Manaus, apesar de a estiagem já ter terminado na calha do Rio Solimões. O Rio Negro é influenciado pelas águas do Rio Solimões, e seu comportamento depende das condições de cheia no Peru e na tríplice fronteira, onde se localiza a cidade de Tabatinga.
A pesquisadora destacou a necessidade de chuvas distribuídas ao longo da bacia para que o Rio Negro entre em um período de estabilidade e inicie o processo de cheia, mas essa distribuição de chuvas ainda não ocorreu. Portanto, a normalização dos níveis do rio em Manaus deverá demandar algum tempo, considerando que os níveis atuais da bacia estão muito baixos para a época e se encontram nas mínimas históricas.