Sesc São Paulo realiza a segunda edição da mostra “OJU – Roda Sesc de Cinemas Negros”

A mostra deste ano exibe uma programação com 57 títulos. Foto: Reprodução
Compartilhe

De 15 de março a 16 de abril, o Sesc São Paulo realiza a segunda edição da OJU – Roda Sesc de Cinemas Negros, ofertando ao público uma seleção de filmes realizados por cineastas negras e negros. Com sessões presenciais no CineSesc (15 a 22/03), filmes disponíveis na plataforma Sesc Digital, exibições e atividades em várias unidades do Sesc na capital e interior paulista (até 16/04), a mostra se dedica a ressaltar a diversidade de criadoras e criadores brasileiros e a importância histórica do audiovisual em sua potência poética e política para a decolonização do olhar.

Do Yorubá, “ojú significa “olho” e o cinema se inicia pelo olhar, sensibilizado pela luz da projeção. Para o Sesc, a ideia de uma roda de cinema aproxima os sujeitos para juntos compartilharem histórias, se identificarem e, em coletividade, construírem as narrativas. Com esse propósito, a mostra busca envolvimento do público na roda e fomenta o movimento de pensamentos. Ao ressaltar a produção audiovisual negra, a OJU – Roda Sesc de Cinemas Negros pretende destacar a importância do fazer coletivo, respeitando a singularidade de diferentes sujeitos, corpos e formas de contar histórias. 

A mostra deste ano exibe uma programação com 57 títulos, entre curtas, médias e longas-metragens nacionais, produzidos majoritariamente entre 2021 e 2022. Além de debates, cursos e oficinas gratuitas, com objetivo de ampliar a difusão e o acesso a diversas criações, formatos e pensamentos sobre as questões raciais.

Inédito, o filme “Diálogos com Ruth de Souza”, de Juliana Vicente, abre a OJU em uma sessão especial no Cinesesc, no dia 15/03, às 20h. No filme, a cineasta mescla ficção e imagens de arquivo de Ruth de Souza, em uma homenagem à primeira atriz negra a atuar no Theatro Municipal e primeira brasileira indicada a um prêmio internacional de cinema, no Festival de Veneza, em 1954, pela atuação no filme “Sinhá Moça”. Juliana Vicente também assina outro destaque da programação, “Racionais: Das Ruas de São Paulo pro Mundo”. Exibido na 46ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, o documentário mostra a origem e a ascensão do grupo mais influente do rap nacional, formado por Mano Brown, KL Jay, Ice Blue e Edi Rock. O filme traz cenas inéditas gravadas ao longo dos mais de 30 anos de carreira, com entrevistas exclusivas, e reforça o impacto e o legado dos músicos, desde os primeiros shows nas ruas de São Paulo. 

Outro destaque da mostra é o filme acreano “Noites Alienígenas”, de Sérgio de Carvalho, grande vencedor do 50º Festival de Gramado, em 2022, com os prêmios de Melhor Filme, Melhor Filme segundo a Crítica, Melhor Ator, Melhor Atriz Coadjuvante, Melhor Ator Coadjuvante e Menção Honrosa do Júri. O longa apresenta uma Amazônia urbana, onde a ancestralidade dos povos tradicionais resiste frente à contemporaneidade que parece negar a floresta. Na periferia de Rio Branco, no Acre, as vidas de três jovens amigos de infância se entrelaçam e, por fim, encontram-se em uma tragédia comum, em uma sociedade em transformação e impactada de forma violenta com a chegada do crime organizado do sudeste do Brasil.

Premiado também em Gramado, entre outros festivais nacionais e internacionais, e selecionado para representar o Brasil na disputa pela vaga de Melhor Filme Internacional no Oscar 2023, “Marte Um”, de Gabriel Martins, é mais uma oportunidade para o público paulistano assistir na tela grande a história de uma família negra de classe média baixa dos arredores de Belo Horizonte. Entre trabalhos, utopias, sonhos, amores e traumas, os Martins tentam seguir vivendo num Brasil em mudanças.  

Na seleção de curtas-metragens, destaque para “Nossa Mãe Era Atriz”, do premiado André Novais, diretor de “Temporada” e “Ela Volta na Quinta”, que desta vez rememora e homenageia sua mãe, Maria José Novais Oliveira. Mulher negra, moradora da periferia de Contagem, já nos seus 60 anos se tornou atriz de cinema. 

Exibido na Mostra Tiradentes, “Mutirão: O Filme”, dirigido por Lincoln Péricles, trata da luta popular pela moradia no Capão Redondo, São Paulo, e o papel determinante das mulheres. Conduzido pela narração de uma criança, o filme recupera documentos sobre a organização dos mutirões na Cohab Adventista. Já Brankura, curta experimental de Thamyra Thâmara, atravessa colagens, imagens de arquivo e performance com o desejo de colocar o branco em cena como objeto de análise do negro. 

No CineSesc, a OJU – Roda Sesc de Cinemas Negros contará com 24 sessões presenciais, com venda de ingressos pelo site sescsp.org.br/cinesesc e na bilheteria do cinema. A plataforma Sesc Digital recebe 10 obras contemporâneas que dialogam com o legado histórico do cineasta Zózimo Bulbul (1937-2013). Os filmes poderão ser assistidos gratuitamente pelo público de todo o Brasil, pelo site sescsp.org.br/oju. Ao ampliar a difusão e o acesso à diversas criações, formatos e pensamentos sobre as questões raciais, a mostra procura expandir reflexões transversais e estruturais de nossa sociedade. 

Os debates, cursos e oficinas acontecem em várias unidades do Sesc e serão gratuitos. Os encontros propõem uma troca entre o público e profissionais do cinema, pesquisadores e pensadores, com o objetivo de debater temáticas presentes no cinema que pensa a diversidade. No CineSesc, os debates serão realizados após a exibição dos filmes “Exu e o Universo”, de Thiago Zanato“Raízes”, de Simone Nascimento e Well Amorim, “Marte Um”, de Gabriel Martins, “Racionais: Das Ruas de São Paulo pro Mundo”, de Juliana Vicente, e “Noites Alienígenas”, de Sérgio de Carvalho. A Roda de Conversa, no Sesc São José dos Campos, trará o tema Racismo Estrutural no Audiovisual, com a presença do Grupo Komunga, cujo trabalho une música eletrônica, audiovisual e performance, e da crítica de cinema Viviane Pistache. O Sesc Ribeirão Preto realizará o curso Cinemas Negros – Narrativas Decoloniais, com a jornalista e pesquisadora, doutoranda e mestra em Meios e Processos Audiovisuais Mariana Queen Nwabasili. Já o Sesc Vila Mariana oferecerá o bate-papo Narrativas Negras Infanto-juvenis, com a pesquisadora e cenógrafa Pâmela Pelegrino, a dramaturga e roteirista Maria Shu, e a cineasta Thais Scabio.

 

OJU – Roda Sesc de Cinemas Negros 
Data: 15 de março a 16 de abril
Locais:

CineSesc 
Rua Augusta, 2075 – São Paulo 
De 15 a 22/3 
Ingressos: R$ 20,00 (inteira), R$ 10,00 (meia), R$ 10,00 (credencial plena Sesc) 
*Gratuidade qualificada para grupos, escolas e ongs.  

Sesc Belenzinho 
Rua Padre Adelino, 1000 – São Paulo 
De 22/03 a 12/04 

Sesc Vila Mariana 
Rua Pelotas, 141 – São Paulo 
Dias 25 e 26/3 

Sesc São José dos Campos 
Av. Dr. Ademar de Barros, 999 – Jardim São Dimas, São José dos Campos  
De 2 a 11/4 

Sesc Ribeirão Preto 
Rua Tibiriçá, 50 – Centro, Ribeirão Preto  
De 4 a 6/4 

Sesc São José do Rio Preto 
Av. Francisco das C. Oliveira, 1333 – Chácara Municipal, São José do Rio Preto  
De 18 a 29/3 

Plataforma Sesc Digital 
sescsp.org.br/oju 
De 16/03 a 16/04

 

https://revistadecinema.com.br/

Voce pode gostar também!

Conheça meus serviços

É um serviço especializado realizado por mim Jornalista Marcela Rosa , especialista em telejornalismo e produção de vídeos e textos para vídeos e TV, Na minha mentoria on line eu vou te orientar de forma individualizada nos seus trabalhos de vídeo ou ainda de textos para TV ou internet.

Saiba mais

Nas Redes Sociais, como jornalista,eu atuo de uma forma diferenciada. Na verdade, uso a minha imagem e o meu texto (fala) como “referência” digital para produtos e serviços que coadunam com meu perfil de mulher adulta, mãe e profissional da comunicação.

Saiba mais

O Cerimonial de uma jornalista busca sempre aliar competência e credibilidade com a imagem e a voz que vão representar empresas e organizações.

Saiba mais

O meu maior Knowhow é sem dúvida a produção, redação e apresentação de vídeos jornalísticos. E todo este conhecimento é reproduzido nas propostas institucionais.

Saiba mais