Na Amazônia, sete iniciativas econômicas e sustentáveis, por parte dos povos indígenas e comunidades tradicionais, ganharam incentivos para seus projetos.
As iniciativas beneficiam 391 famílias que desenvolvem atividades nos setores de artesanato, moda sustentável, colheita de castanha-do-Brasil e utilização de sementes.
Parceria
Eles foram selecionados pelo Comitê de Economia Indígena do projeto Amazônia Indígena: Direitos e Recursos (AIRR), um grupo de governança formado por representantes da COIAB, OPAN, FEPIPA, FEPOIMT, ICV, WWF e NESsT.
As organizações receberão até R$ 40.000 de investimento, um ano de assistência técnica em negócios e apoio para mensuração de impacto socioambiental, acesso às redes da NESsT e dos parceiros.
“As iniciativas selecionadas receberão orientação de negócios sob medida, treinamento técnico e financiamento, ajudando-as a se expandir para novos mercados, fortalecendo a comercialização de seus produtos em cadeias de valor sustentáveis”, explica Marissa Renaud, Gerente de Portfólio NESsT.
O projeto visa promover o desenvolvimento local e a proteção das florestas, como explica Gabriela Yamaguchi, diretora de Engajamento do WWF-Brasil:
“Oferecer condições de manutenção dessas culturas é reconhecer o protagonismo dos povos originários nas soluções socioeconômicas para a convivência harmônica entre sociedade e natureza e, assim, enfrentar a crise climática”, frisou.
E Ana Cláudia Moura, líder do projeto Amazônia Indigena: Direitos e Recursos, no qual está inserido o edital, afirma que a ação tem como objetivo melhorar a participação dos povos indígenas no desenvolvimento sustentável da Amazônia:
“O projeto busca apoiar iniciativas econômicas indígenas que mantenham a floresta em pé e tragam benefícios para a comunidade. Estes apoios são potenciais instrumentos de transformações sociais, que podem fortalecer comunidades locais e promover a conservação da biodiversidade, ressalta”, reforça.
Iniciativas Econômicas Indígenas
Associação Indígena Xavante Ripá de Produtividade e Etno-desenvolvimento – AIXRPE (Canarana/MT): realiza coleta, beneficiamento, armazenamento, transporte e comercialização de sementes. Promove ainda o reflorestamento do Cerrado na Terra Indígena Pimentel Barbosa.
Associação Indígena Kawaiwete (Juara/MT)): A base econômica desta comunidade se concentra na coleta e venda de castanha-do-Brasil. Pretendem desenvolver técnicas de apoio e suporte desde as atividades primárias até o produto final e, ao mesmo tempo, realizar seu aperfeiçoamento.
Cooperativa de Produção e Desenvolvimento do Povo Indígena Paiter Suruí – COOPAITER (Cacoal/MT e Rondolândia/RO): os cooperados e outros indígenas trabalham com a produção e venda da castanha in natura, de café especial fermentado e não-fermentado, além de banana e artesanato.
Instituto Munduruku (Juara/MT): desenvolve duas principais cadeias de valor nesta região: a castanha-do-Brasil e o açaí. Pretende desenvolver o processo de manufatura, que vai desde a coleta, a embalagem e o comércio. O trabalho ainda se expande para outras cadeias como o Babaçu e o Palmito, além de fortalecimento comunitário e defesa do território.
Associação Bebô Xikrin do Bacajá (Altamira/PA): mulheres Xikrin produzem artesanatos para todas as 20 aldeias da Terra Indígena Trincheira Bacajá e aperfeiçoam as peças feitas nas novas aldeias. Além de castanha, óleos de babaçu e cumaru, produzem pulseiras de miçangas, camisetas com grafismo, tecidos e bolsas com grafismo.
Associação de Moradores Agroextrativistas e Indígenas do Tapajós – AMPRAVAT (Santarém/PA): trabalham com produtos amazônicos por meio do manejo agroecológico em quintais, roças e florestas. Trabalham ainda com a diversidade oferecida pela mandioca, plantas não convencionais (PANCs) e alternativas de usos de frutos amazônicos, por meio de geléias, caldas e doces, molhos e conservas a partir de cogumelos nativos – URUBÉ.
Casa de Cultura Karajá (São Félix do Araguaia/MT): produtores de artesanato em madeira, cerâmicas e Palhas de buriti. Dentre os artesanatos produzidos pela Etnia Karajá, estão: remo tradicional, borduna, arco e flecha, ritxoko (bonecas de cerâmicas) de lendas, potes e panelas de cerâmica tradicional, colares, brincos e outros.
Fonte: WWF-Brasil.