Solve For Tomorrow: Alunos de Coari concorrem com protótipo portátil para tratamento da água

Projeto dos estudantes amazonenses está entre os 20 semifinalistas da 9ª edição do programa global da Samsung, voltado para alunos e professores de escolas da rede pública Foto: Divulgação
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Um grupo de estudantes da Escola Estadual CETI Professor Manuel Vicente Ferreira Lima, localizada no município de Coari, no Amazonas, desenvolveu uma micro estação portátil para tratamento da água domiciliar, com o objetivo de levar água potável para pessoas que não têm acesso a um sistema de tratamento. O projeto foi selecionado entre os 20 semifinalistas da 9ª edição do Solve For Tomorrow, programa global da Samsung que desafia alunos e professores da rede pública de ensino a desenvolver soluções para a sociedade local com experimentação científica e/ou tecnológica por meio da abordagem STEM (sigla em inglês para Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática).

O projeto foi desenvolvido como uma solução para comunidades sem acesso à água potável e que, muitas vezes, estão expostas ao consumo de água contaminada com substâncias tóxicas, podendo causar grandes riscos à saúde da população local. Fabio Cano, professor de biologia e orientador da equipe semifinalista, comenta que houve casos de contaminação por conta desse consumo indevido. “Eu trabalhei em uma comunidade próxima daqui, onde vivem alguns amigos próximos que tiveram febre tifoide por beber dessa água”, conta.

Foi pensando nisso que, em 2019, Fabio e quatro de seus alunos do primeiro ano começaram a trabalhar no projeto. Agora em sua 3ª versão, a ideia é que a micro estação passe por testes de filtragem em casas de famílias da região. Na atual etapa do trabalho, os alunos querem filtrar um pouco de água em cada casa para ajudar mais de uma família ao mesmo tempo. Pensando nisso, eles criaram um protótipo leve e totalmente desmontável, facilitando a locomoção do sistema de casa em casa.

“Em 2019 fizemos o primeiro protótipo usando dois galões de água. Usamos esse material especificamente porque ele não contém uma substância tóxica chamada bisfenol e, na maioria das vezes, é descartado sem nenhuma reutilização. A micro estação é montada com um galão deitado, porque quando a água chega até ele, é preciso remover as substâncias mais pesadas. Esses resíduos são depositados no fundo do galão. O próximo passo foi usar o filtro com galão de pé e nós colocamos pedregulhos e areia falsa para testar a capacidade de filtração”, conta o professor.

Após alguns anos trabalhando na ideia, a equipe resolveu melhorar a questão da portabilidade, pois observaram certa dificuldade em levar o sistema de um lugar para outro. “Agora estamos usando baldes de margarina de 20 litros, mas o sistema continua o mesmo. Também colocamos algumas gotas de cloro para tirar todas as impurezas. Com isso, melhoramos o pH da água, que é bem ácida em nossa região. Com nosso sistema, ela sai da micro estação com o pH bem próximo do neutro”. Como próximo passo, a equipe está se organizando para implementar a nova versão do filtro em locais próximos à escola já nas próximas semanas. E isso só é possível porque os alunos encontraram uma forma de tornar o sistema portátil.

“Sabemos que ainda existe uma parcela significativa da população brasileira sem acesso à água potável. O projeto desenvolvido por esses alunos amazonenses traz novas possibilidades para a comunidade ribeirinha”, afirma Anna Karina Pinto, diretora de Marketing Corporativo da Samsung Brasil. “Esse tipo de iniciativa estimula mais estudantes da região a ingressarem no campo das ciências, e este é um dos grandes objetivos do Solve For Tomorrow. Estamos muito contentes com o que vimos até agora”, conclui.

“O projeto do professor Fabio e de suas alunas e alunos mostra como a ciência e o trabalho de pesquisa podem ser significativos, tanto para a comunidade local quanto para o contexto escolar”, destaca Beatriz Cortese, Diretora Executiva do Cenpec, organização responsável pela coordenação geral do Solve For Tomorrow no Brasil. “Assim como as demais propostas semifinalistas, esse projeto é um exemplo de como docentes e estudantes das escolas públicas brasileiras podem unir esforços para elaborar soluções para desafios reais. Ficamos muito felizes em contribuir para a visibilidade e o aprimoramento de iniciativas como essa”.

Ao ser selecionada para a semifinal do Solve For Tomorrow 2022, a equipe gerou comoção e mobilizou toda a escola. Alunos de outros anos já estão motivados a participar das próximas edições do programa e professores de outras disciplinas também querem se envolver. “Muitos alunos já estão curiosos para saber como funciona e como podem participar da próxima edição do Solve for Tomorrow”, conta Fabio. Para ele, o programa é essencial para que os alunos entendam a importância do trabalho dos pesquisadores e da ciência, e que um cientista não trabalha apenas na construção de projetos grandes e complexos. “Muitos acreditam que só é possível fazer ciência nas universidades, tendo laboratórios e equipamentos especiais. Mas o que estamos fazendo é o caminho contrário. Estamos popularizando a ciência e fazemos isso utilizando materiais de baixo custo”.

 

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