A Defensoria Pública da União (DPU) anunciou que a rede de supermercados Atakarejo concordou em pagar uma indenização de R$ 20 milhões em danos morais coletivos pela morte de dois jovens negros ocorrida em 2021. O acordo foi homologado na segunda-feira (18/09) e envolve várias instituições ligadas ao caso.
Os R$ 20 milhões serão pagos em 36 parcelas fixas, com a primeira prevista para meados de outubro. Esses recursos serão direcionados ao Fundo de Promoção do Trabalho Decente (Funtrad) e serão utilizados para financiar ações de combate ao racismo estrutural. Além da indenização, o acordo também estipula uma série de medidas que a rede de supermercados deve adotar para combater o racismo.
Entre as 41 cláusulas do acordo, estão o compromisso de aumentar a contratação de trabalhadores negros, manter um canal ativo para receber denúncias e proibir a contratação de pessoas condenadas por crimes com violência física para a segurança dos estabelecimentos. Importante ressaltar que o acordo não suspende outros processos em andamento contra a empresa, como indenizações para a família das vítimas.
O trágico incidente ocorreu em abril de 2021, quando os seguranças do supermercado entregaram dois jovens, Bruno Barros, de 29 anos, e Yan Barros, de 19 anos, para traficantes locais após suspeitarem de furto. Os jovens foram brutalmente torturados e mortos por membros de uma facção criminosa, com seus corpos encontrados no porta-malas de um veículo. O caso destacou as preocupações sobre a segurança e os abusos de direitos humanos em contextos de segurança privada no Brasil.