O cetáceo mais ameaçado de extinção no Atlântico Sul, a Toninha (𝘗𝘰𝘯𝘵𝘰𝘱𝘰𝘳𝘪𝘢 𝘣𝘭𝘢𝘪𝘯𝘷𝘪𝘭𝘭𝘦𝘪) é um tipo de golfinho considerado “tímido” e raramente é visto por quem observa das praias.
Na quarta-feira (28/06), mais um exemplar da espécie foi encontrado morto. A toninha em estado avançado de decomposição foi registrada na Ilha do Campeche por trabalhadores do turismo de trilhas locais. O deslocamento da equipe de resgate só foi possível com o apoio da Associação dos Barqueiros de Transporte da Praia do Campeche (ABTC).
A bióloga Amanda Lucena Fernandes, da R3 Animal, que executa o Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) trabalha no resgate e reabilitação de animais marinhos e acompanhou o caso. Segundo ela, por se tratar de um indivíduo em avançado estágio de decomposição, o mesmo não foi encaminhado para necropsia, entretanto, dados importantes para estudos e a conservação da espécie como, área de encalhe, e dados bióticos obtidos pela biometria, foram registrados. O animal foi recolhido para o Centro de Pesquisa, Reabilitação e Despetrolização de Animais Marinhos (CePRAM/R3 Animal).
“Com esses dados estimamos a idade aproximada do animal, que neste caso, possivelmente não passava dos primeiros anos de vida. As toninhas adultas têm média de 1,60 metro de comprimento. Esta encontrada no Campeche estava com 1,07 metros. Nas primeiras análises não foram encontradas causas externas que indicassem o motivo da morte” destaca a bióloga que é mestre em Ciências Fisiológicas e trabalha há 4 anos na R3 Animal. A estudante de biologia pela UFSC, Mariana Carvalho, estagiária da equipe de campo da R3 Animal também acompanhou os trabalhos.
As toninhas costumam viver em pequenos grupos de indivíduos, realizam deslocamentos para alimentação, que é composta por lulas e diferentes espécies de peixes. Por se tratar de um indivíduo jovem, é possível que o mesmo tenha se perdido do grupo e encalhado na região. Neste caso não foram constatadas interações com redes de pesca. No entanto, as capturas incidentais ou acidentais (Bycacth) e interação com lixo constituem a maior causa de mortalidade deste pequeno mamífero marinho.