Longe de ser um sábado comum, este dia 25/11 marcou o encerramento da série de visitas do projeto “Vivendo o Nosso Centro”, com o último tour de educação patrimonial coordenado pelo Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb), com apoio da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult), do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) do Amazonas, da Secretaria Municipal do Trabalho, Empreendedorismo e Inovação (Semtepi) e da Comissão Técnica para Implementação e Revitalização do Centro Histórico de Manaus.
A estudante Railane Printes, de 18 anos, e sua mãe Elizângela Reis Printes, de 36 anos, fizeram a visitação gratuita e guiada por técnicos da prefeitura pelo centro histórico da capital, percorrendo por edificações, ruas e espaços de patrimônio histórico. Participando do projeto pela segunda vez, a jovem repetiu o tour com o intuito de apresentar um pouco mais da cidade para sua mãe.
“Precisamos saber mais sobre a nossa cultura, bens, patrimônios. Eu não sabia que existiam esses passeios, que existiam esses patrimônios culturais, com entrada gratuita, e muita gente não sabe disso. A educação patrimonial, como podemos ter conhecimento, faz parte da nossa história, raízes, legado, dos nossos antepassados e de como tudo chegou até aqui”, comentou a estudante.
Neste ano, foram realizadas oito visitas guiadas por técnicos e profissionais da prefeitura, que contaram sobre as histórias, particularidades e ancestralidade de Manaus, com um mergulho no centro histórico e suas nuances. Para o diretor de Planejamento do Implurb, arquiteto e urbanista Pedro Paulo Cordeiro, ao final de todas as visitas, o balanço é totalmente positivo para a gestão e para a sociedade.
“Recebemos diversas pessoas no tour, não só da área de turismo, arquitetura, engenharia, mas também professores, biólogos, estudantes, donas de casa e até crianças. Em 2024, o projeto vai voltar, em um outro formato, porque já teremos inauguradas as obras do ‘Nosso Centro’, que devem ser integradas ao tour, e não apenas para se olhar, mas para se experimentar e vivenciar”, explicou Cordeiro.
Durante o roteiro, um dos detalhes abordados pelo diretor do Museu da Cidade de Manaus (Muma), Leonardo Novellino, foi a existência de árvores seringueiras na praça Dom Pedro 2°. No famoso ciclo da borracha, a espécie sustentou por mais de 40 anos, entre o final do século 19 e início do século 20, a riqueza de cidades como Manaus e Belém.
Trata-se da Hevea brasiliensis, planta nativa da Amazônia, da família das euforbiáceas, mais conhecida como seringueira, da qual se extrai o látex — uma seiva leitosa — com o qual se faz a borracha. Esse produto foi responsável pela chamada “Belle Époque”, quando Manaus passou a ser uma “menina dos olhos europeu”, com suas ruas largas, calçadas, arborização, sistemas de abastecimento de água, luz elétrica, telefone, teatros, palácios, jornais impressos, exposições e espetáculos de música lírica. E há exemplares da Hevea brasiliensis em plena praça.
O circuito deste sábado percorreu por pontos de obras, mas, antes, teve seu início na praça Dom Pedro 2°, seguindo para o Museu da Cidade de Manaus (Muma), no paço da Liberdade, e rua Bernardo Ramos. A conclusão do roteiro ocorreu no Palácio Rio Branco e na sede do Iphan-AM, localizada nos números 13 a 17 da travessa Dr. Vivaldo Lima, na área portuária da capital.