Em entrevista ao podcast do Conselho Regional de Economia (Corecon-AM), o superintendente da Zona Franca de Manaus (Suframa) e ex-deputado federal Bosco Saraiva, afirmou que a reforma tributária aprovada na Câmara dos Deputados, na última semana, traz tranquilidade ao Polo Industrial de Manaus.
O superintendente aponta que o texto da reforma tributária traz uma segurança jurídica que garante a competitividade da Zona Franca de Manaus (ZFM), por meio das vantagens econômicas que atraem indústrias e investidores para a região. Além disso, a reforma aprovada também estabelece um fundo para desenvolver a economia nos municípios do interior.
De acordo com Saraiva, a aprovação da reforma tributária, assim como a garantia das vantagens da Zona Franca de Manaus, já demonstram uma perspectiva favorável para a economia do Amazonas, com a defesa dos postos de trabalho no Distrito Industrial.
“Você vê que somente a mudança de perspectiva já ajudou a gente a continuar tendo os números no Polo Industrial de Manaus numa crescente, ascendendo sempre. Já são mais de R$ 50 milhões que foram faturados, continuamos gerando em torno de 110 mil empregos diretos, apesar da mecanização mais veloz que a gente sofre agora nos processos produtivos”, afirma.
O interior do Amazonas também está em vista quando se fala sobre aceleração da economia. Planos para a implantação do Distrito Industrial de Rio Preto da Eva já estão em avanço, e serão modelo para outras regiões do Estado.
“Estou fazendo um esforço muito grande para ajudar a acelerar o processo do Distrito Industrial de Rio Preto da Eva. A prefeitura já está com dinheiro em caixa cedido pelo Governo Federal para fazer a infraestrutura das agroindústrias que vão se instalar, para processar aquilo que está sendo plantado. Nós precisamos parar de entregar nossos produtos in natura, porque precisamos agregar valor. Isso vai gerar uma cadeia de novos negócios e gerar milhares de empregos na região”, comenta.
Além dos novos planos, segundo Saraiva, a Suframa ainda precisa lidar com desafios provenientes do baixo investimento financeiro para o Polo Industrial nos últimos anos, com queda de R$ 20 milhões no orçamento.
“O Plano Plurianual, que foi feito para a Suframa em 2019, previu para 2020 um orçamento de R$ 57 milhões, para 2021 um orçamento de R$ 44 milhões, para 2020 repetiu-se esse valor, e para 2023, R$ 37 milhões. Ao invés de crescer o orçamento, saiu caindo. Com R$ 37 milhões a gente só funciona até agosto, tivemos que adicionar mais R$ 10 milhões para pagar os contratos que já estavam feitos”, revela.
Uma das consequências da queda no orçamento foi a ocupação irregular que se alastrou pelo Distrito Industrial II. Com o aumento do preço quadrado, que saiu de R$ 4 para até R$ 320, a região foi abandonada pelas indústrias.
“Isso afastou as empresas, junto com isso, proibiram a manutenção do contrato de uma empresa de segurança armada que vigiava a área do Distrito II, especialmente. Ao mesmo tempo, sem a instalação de novas empresas e entregue ao léu, a malandragem começou a ocupar a área”, diz.
“Aquilo que foi ocupado até 2016, nós vamos regularizar. Nós já estamos fazendo as tratativas, porque não podemos abandonar o povo do jeito que está e temos que oferecer condições para a polícia atuar nas áreas do Distrito II, e vamos cessar as invasões com a força policial”, complementa.