O Vaticano anunciou nesta segunda-feira (18/12), em uma decisão histórica aprovada pelo papa Francisco, que os padres podem administrar bênçãos a casais do mesmo sexo, desde que não façam parte dos rituais ou liturgias regulares da Igreja.
Um documento do escritório doutrinário do Vaticano, que efetivamente reverteu uma declaração que o mesmo órgão havia emitido em 2021, dizia que tais bênçãos não legitimariam situações irregulares, mas seriam um sinal de que Deus acolhe a todos.
O texto pontua que não deve de forma alguma ser confundido com o sacramento do casamento heterossexual.
O documento diz que os padres devem decidir caso a caso e “não devem impedir ou proibir a proximidade da Igreja com as pessoas, em todas as situações em que possam procurar a ajuda de Deus, através de uma simples bênção”.
O papa sugeriu que uma mudança oficial estava em andamento em outubro, em resposta a perguntas feitas por cinco cardeais conservadores no início de um sínodo de bispos no Vaticano.
O documento de oito páginas, cujo subtítulo é “Sobre o Significado Pastoral das Bênçãos”, descrevia situações específicas. Uma seção de 11 pontos foi intitulada “Bênçãos de casais em situações irregulares e de casais do mesmo sexo”.
A Igreja ensina que a atração pelo mesmo sexo não é pecaminosa, mas os atos homossexuais são. Desde a sua eleição em 2013, Francisco tem tentado tornar a Igreja com mais de 1,35 mil milhões de membros mais acolhedora, para as pessoas LGBT, sem mudar a doutrina moral.
Francis DeBernardo, diretor executivo do New Ways Ministry, um grupo que defende os direitos LGBT na Igreja, disse que a importância do documento “não pode ser exagerada”. Ele elogiou a redação do documento de que as pessoas que buscam bênçãos não deveriam ser submetidas a “uma análise moral exaustiva”.