O que seria uma coletiva, na verdade, foi um pronunciamento raso e lido pelo vice-governador do Amazonas, Carlos Almeida que durou 16 minutos. Depois de convidar a imprensa , anunciando “ uma coletiva”, Almeida se limitou a ler um texto com pouquíssimas informações concretas sobre as denúncias de seu envolvimento na compra super faturada de ventiladores de uma loja de vinhos durante a pandemia.
Almeida disse que as imagens divulgadas na imprensa, inclusive no Jornal Nacional, na semana passada, teriam sido “editadas”. Segundo o vice-governador, ele se reuniu com orientador e advogado no prédio divulgado nas reportagens em que aparece saindo com uma bolsa. Almeida leu ainda, que foi em carros oficiais aos encontros e que não houve ato escuso e nem estava se escondendo. “Uso essa lancheira regularmente. Temos imagens em diferentes lugares, eu com a lancheira, a mesma lancheira” reiterou o vice-governador.
Depois de “ler” suas explicações, ele levantou-se e não respondeu as perguntas dos repórteres que haviam sido convocados para uma “entrevista” coletiva.
No corredor de saída sala onde houve o pronunciamento, ainda teve empurra-empurra e um princípio de confusão com uma repórter que teria sido hostilizada pela equipe de Carlos Almeida.
O Vice-governador Carlos Almeida é investigado pela Policia Federal na Operação Sangria. Segundo a investigação dos procuradores, com base em registros já reunidos pelo MPF, ele comandava o esquema que desviou recursos no auge da pandemia de coronavírus no Estado entre abril e maio deste ano. A cúpula da Secretaria de Saúde, segundo o MPF, se reportava ao vice-governador para tratar de contratos e pagamentos da área de saúde
Só esta compra fraudulenta de 28 respiradores desviou R$ 2,9 milhões dos cofres do Amazonas.