O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello liberou, nesta sexta-feira (22), o vídeo da reunião entre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e seus ministros no último dia 22 de abril. Durante o último encontro ministerial, Bolsonaro chega criticar e xingar o prefeito de Manaus e ainda afirma que Arthur quer “levar o terror no Brasil” abrindo covas coletivas na pandemia do coronavírus.
As imagens são apontadas pelo ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, como prova de uma suposta tentativa de interferência na Polícia Federal (PF). Esse foi o último encontro entre Moro e os ministros do governo antes dele sair alegando interferência política do presidente na Polícia Federal.
Ainda nesta sexta-feira, Arthur respondeu ao presidente após ter sido citado em reunião.
“Os insultos do presidente Bolsonaro, dirigidos a mim e a outros homens públicos, representam um verdadeiro “strip-tease moral” feito por quem não tem a mais mínima condição de governar o Brasil.
Transforma a solenidade de uma reunião de Ministério em uma conversa de malandros de esquina. Quebra a liturgia do cargo. Vulgariza a instituição que deveria saber honrar. Exibe despreparo e me põe a questionar todos os presentes: como um ministro pode, sem se desmoralizar, conviver com uma pessoa dessa baixa extração? Que tempos! Que costumes.
Nosso povo merece acatamento e não a submissão a uma liderança do submundo das “rachadinhas” e das milícias, do submundo da ditadura e das torturas.
O presidente da República, em seu criminoso boicote ao isolamento social, em seu desprezo aos indígenas, em seu apreço a garimpeiros que poluem rios, sonegam impostos e invadem áreas indígenas, é claramente cúmplice de tantas mortes causadas pelo Covid 19. Trata-se de um ser despreparado, inculto e deseducado.
Não gosta de mim? Que bom. Sinal de que estou no lado certo da vida. Também não gosto da ditadura que já nos massacrou e que ele gostaria de reviver. Daqui a pouco mais de dois anos, o país estará livre de tão diminuta e mesquinha figura.”
Confira parte do vídeo em que Bolsonaro cita Arthur Virgílio: