Votação das eleições parlamentares é encerrada na Argentina

A votação renovará 127 das 257 cadeiras da Câmara dos Deputados ALBERTO VALDES / EFE - ARQUIVO
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Os argentinos compareceram às urnas neste domingo (14) para eleições parlamentares de meio de mandato que são cruciais para o governo peronista de centro-esquerda de Alberto Fernández, ameaçado pelo revés das primárias de setembro e que tenta salvar a governabilidade para os próximos dois anos de mandato.

“Terminamos um dia eleitoral muito bom. Tudo correu normalmente. Pelos primeiros dados da Câmara Nacional Eleitoral, temos um percentual de comparecimento entre 71 e 72%. Havia mais gente do que nas primárias de setembro”, declarou o Ministro do Interior, Wado de Pedro, pouco depois do encerramento dos centros de votação às 18h00 locais (Mesmo horário de Brasília).

De Pedro confirmou que os primeiros resultados da votação serão informados a partir das 21h00. Pesquisas de boca de urna estão proibidas.

Depois do revés sofrido pelo governo nas primárias de setembro, os olhos estão voltados para a populosa periferia de Buenos Aires, com quase 40% da lista eleitoral e bastião histórico do partido governista peronista. A capital e outras grandes cidades estão nas mãos da oposição.

A votação renovará 127 das 257 cadeiras da Câmara dos Deputados, na qual a governante Frente de Todos tem a primeira minoria.

A disputa mais arriscada para o governo está no Senado, presidido pela influente vice-presidente Cristina Kirchner, onde serão renovadas 24 das 72 cadeiras. Na Câmara Alta, o governo de Fernández coloca em jogo seus 41 senadores, contra 25 da coalizão de centro-direita Juntos do ex-presidente Mauricio Macri (2015-19), a principal da oposição.

Consideradas uma espécie de grande pesquisa em todo o país, as primárias de setembro resultaram em um duro golpe para a governista FDT (Frente de Todos), que recebeu 33% dos votos a nível nacional, contra 37% da coalizão Juntos.

“Amanhã é segunda-feira e a Argentina continua e temos que seguir trabalhando para construir o país que queremos”, disse o presidente depois de votar, acompanhado pela primeira-dama Fabiola Yañez, que está grávida.

Fernández busca assegurar a governabilidade para os próximos dois anos de mandato, enquanto todos os candidatos já pensam na disputa à presidência de 2023.

Macri, principal referência da oposição, adiantou que “esses próximos dois anos serão difíceis” e, em um tom de vencedor, garantiu que sua coalizão “atuará com muita responsabilidade, ajudando para que a transição seja a mais ordenada possível”.

“Medo”

“Amanhã será ‘O’ dia. Tenho medo pela economia, o salário não é suficiente. Vença quem vencer, o país demorará muito para se recuperar. Estou muito descrente de tudo”, declarou à AFP Oscar Navarro, vendedor de pastéis de 50 anos, sem revelar em quem votou.

“É claro que votei no presidente. Tenho muito medo do que pode acontecer na eleição”, disse por sua vez Marta Gramiño, uma mulher de 45 anos que se aproximou para filmar Fernández pela janela de um bar no bairro de Boedo, onde o presidente parou para tomar um café.

Atraída também pelo barulho das câmeras, Liliana Márquez, 62, funcionária de um hospital, disse que espera que a oposição prevaleça. “Nunca confiei nesses governos peronistas. Votei no macrismo porque não consigo encontrar uma alternativa””, criticou.

FMI e inflação

Nas últimas semanas, o governo anunciou medidas econômicas e um controle de preços, em uma tentativa de combater a inflação galopante, que acumula 41,8% entre janeiro e outubro, uma das mais elevadas do mundo.

Fernández também endureceu o discurso a respeito do FMI (Fundo Monetário Internacional), com o qual a Argentina tenta obter um acordo para substituir o crédito stand-by de 2018 de 44 bilhões de dólares.

“Também estamos tendo que resolver a dívida que nos deixaram com o FMI, claro que temos que resolver. Mas não vou resolver em cinco minutos porque quem resolve esse problema em cinco minutos é porque concordou com o Fundo em tudo o que pede”, afirmou Fernández no encerramento da campanha.

Se não conseguir o novo acordo, a Argentina – que tem 40% de sua população na pobreza – terá que pagar US$ 19 bilhões ao FMI em 2022 e o mesmo valor em 2023.

As eleições acontecem no momento em que o país está emergindo da última recessão que começou em 2018 e se aprofundou com uma queda de 9,9% do PIB em 2020 devido à pandemia de covid-19.

A queda do número de contágios de covid-19 nas últimas semanas e o avanço do programa de vacinação – com mais de 60% da população com esquema vacinal completo e outros 20% com a primeira dose – possibilitam a retoma das atividades e uma recuperação.

Mas o crescimento de quase 9% do PIB previsto para este ano apenas leva a situação de volta ao início do governo Fernández, quando a Argentina já acumulava dois anos de recessão.

AFP

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