A reportagem da globo mostra que o ex-secretário da saúde, Rodrigo Tobias, preso na segunda fase da Operação Sangria, apontou em depoimento que sofria pressão do governador Wilson Lima e da subsecretária de Saúde Dayana Mejia e da ex-secretária de Comunicação Daniela Assayag para autorizar a compra do material.
Segundo a Polícia Federal, o esquema de corrupção iniciou em abril, quando o sistema de saúde do estado entrou em colapso, e então integrantes da cúpula do governo do Amazonas e empresários montaram um o esquema que comprou 28 respiradores da loja de vinhos FJAP, sem licitação, por quase R$ 3 milhões. O governador Wilson Lima, do PSC, é suspeito de ser o chefe do esquema. A PF também suspeita da participação do vice-governador, Carlos Almeida, do PTB.
Rodrigo Tobias reiterou as declarações do vice-governador, Carlos Almeida, livrando-o de qualquer responsabilidade na fraude dos respiradores, mas jogando toda responsabilidade para o governador Wilson Lima.
Segundo Tobias, o operador de Lima no esquema era Gutemberg Alencar, empresário que se apresentava como “indicado pelo próprio governador para orientar o governo onde haveria disponibilidade de respiradores para aquisição”.
A reportagem no entanto mostrou encontros do vice-governador com integrantes do governo, parlamentares e empresários, em um prédio comercial na zona centro sul de Manaus. Em uma dessas reuniões, o vice-governador saiu com uma bolsa, que a polícia suspeita que tenha sido usada para levar o “pagamento” da negociação.
O esquema ocorreu de forma conjunta. O governo do estado encomendou os respiradores da loja de vinhos, que, por sua vez, segundo a PF, comprou da Sonoar, que comercializa os equipamentos. A FJAP repassou então para o governo do Amazonas com superfaturamento de 133%.
Caso o envolvimento seja comprovado e haja o afastamento do governador Wilson Lima e do vice Carlos Almeida, o substituto imediato seria o presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), Josué Neto.