O Serviço Geológico do Brasil (SGB), recebeu a solicitação de uma nova análise relativa às condições do leito do rio Negro na área de banho do complexo turístico Ponta Negra, para avaliar a liberação do espaço para o uso da população, após interdição diante da vazante histórica ocorrida este ano.
Somente após o novo laudo e tendo ainda dados do Corpo de Bombeiros do Amazonas (CB-AM), cujos salva-vidas fazem atendimento no complexo, a prefeitura fará a avaliação com sua equipe técnica para a abertura do local para banho. Todos os serviços de manutenção, limpeza e segurança estão funcionando plenamente no complexo.
A decisão de interdição da praia da Ponta Negra para o banho, em razão de segurança e de prevenção contra afogamentos, ocorre devido à proximidade entre o fim do aterro perene e o leito natural do rio, que pode apresentar alterações no terreno, como buracos, desníveis e depressões.
Segundo o Serviço Geológico do Brasil, a região amazônica está passando por um processo de seca severa, com chances de seus efeitos e impactos serem repercutidos em 2024, em razão do processo de El Niño, que provavelmente atingirá seu ápice no final deste ano, impactando o período chuvoso na região e possivelmente resultando em anomalias negativas de precipitação na região Amazônica.
“O nível do rio baixou e bateu recorde este ano, na extrema vazante, e a interdição foi uma medida de segurança para minimizar possíveis riscos para os banhistas e com os laudos técnicos, que embasam a decisão da prefeitura. Pedimos a colaboração da população para respeitar a interdição até que a cheia do rio se normalize”, explicou o coordenador da comissão do complexo turístico, Alberto Maciel.
A interdição considera as normas de uso da praia perene, definidas em um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado pela prefeitura junto ao Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM), com órgãos municipais e estaduais signatários do compromisso, incluindo Corpo de Bombeiros do Amazonas (CB-AM) e Polícia Militar (PM).
De acordo com a cláusula 1, parágrafo 3º, a “interdição automática do uso da praia ocorrerá sempre que os laudos e/ou relatórios a que se referem os parágrafos anteriores comprovarem que a praia encontra-se imprópria para o uso dos banhistas”.
El Niño
Com a atuação do fenômeno El Niño, que ocorre no oceano Pacífico Equatorial, traz para a Amazônia consequências no processo de vazante extrema, devido ao prolongamento e intensidade da seca.
Os corpos permanentes de segurança, incluindo a Secretaria Municipal de Segurança Pública e Defesa Social (Semseg), com a Guarda Municipal, ciclopatrulha, Polícia Militar e os bombeiros atuam no monitoramento da praia e na segurança dos banhistas, bem como na segurança e manutenção do patrimônio de todo o complexo. Equipes da Secretaria Municipal de Limpeza Urbana (Semulsp) reforçam os serviços de limpeza e higiene do calçadão e da praia perene.
Na última interdição por conta da seca dos rios, ocorrida em 2015, a praia foi interditada por medida de segurança quando o rio Negro ficou abaixo da cota de 16 metros, após análise, laudo e relatórios de órgãos responsáveis, comprovando que a mesma não se encontrava própria para banho, naquela época.