O presidente da Assembléia Legislativa, Josué Neto, anunciou por meio das redes sociais que a partir desta terça-feira, 12, será dado início ao processo de impeachment que pede o afastamento do Governador do Amazonas Wilson e para o vice Carlos Almeida, com a leitura em plenário da assembleia da peça de acusação assinada pelos diretores do Sindicato dos Médicos.
Protocolados pelo presidente do Sindicato dos Médicos do Amazonas, Mário Vianna, e pela também médica Patrícia Sicchar, que listaram acusações de crimes de responsabilidade e improbidade administrativa, o pedido acusa Wilson Lima, por mau uso de recursos públicos para conter o avanço do coronavírus.
No último dia 30 de abril, o presidente da Aleam aceitou a tramitação do pedido de impeachment protocolizado pelo Sindicato dos Médicos do Amazonas, mesmo apresentado “pendências” no documento.
Uma reportagem do portal UOL publicada no dia 23 de abril mostrou que o governo do Amazonas adquiriu 24 ventiladores pulmonares sem licitação, por R$ 2,9 milhões. Cada ventilador custou R$ 104 mil.
O mesmo equipamento, quando disponível, era comercializado no mercado por R$ 25 mil. Além do sobrepreço, a nota fiscal indica que o governo fez os pagamentos a uma loja de vinhos. A Procuradoria-Geral da República, responsável por investigar governadores, pediu abertura de inquérito.
Em nota, o governo se defendeu afirmando que houve um aumento de preço nos equipamentos utilizados para combate ao novo coronavírus no geral. “Desafia-se a encontrar alguma empresa no exterior que revenda o determinado produto por esse preço e que seja entregue em até 30 dias”, diz o comunicado. Lima classificou o avanço do pedido de impeachment como “inoportuno” em razão da pandemia.
Outra crise envolvendo a gestão que motivou o pedido de impeachment foi a troca na secretaria estadual de Saúde, no dia 8 de abril, quando o caos sanitário já era realidade. A biomédica Simone Papaiz substituiu o pesquisador Rodrigo Tobias, da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), no cargo. O Sindicato dos Médicos identificou má gestão no ato, já que a mudança significou a descontinuidade de ações contra o coronavírus em meio à pandemia.
Se os textos forem aprovados, ambos precisam ser votados em plenário, com pelo menos 16 votos favoráveis dos 21 deputados estaduais da Assembleia.